24/04/2024

O que é meningococcemia e por que esse quadro pode ser tão grave?

Médico aplicando uma vacina no braço de uma mulher

A meningococcemia é uma condição médica grave e potencialmente fatal que é uma possível manifestação das doenças meningocócicas. Assim sendo, neste contexto, entender o que é meningococcemia pode ser importante para reconhecer possíveis sintomas e, acima de tudo, investir na prevenção do problema.

Estima-se que entre 10% e 15% de todos os casos de doença meningocócica (que incluem quadros de meningococcemia, quando a mortalidade tende a ser ainda maior) levem à morte, mesmo com o tratamento adequado. Além disso, eventuais sequelas, como perda auditiva ou danos neurológicos, são registrados em ao menos 20% dos sobreviventes.

O que causa a meningococcemia?

A meningococcemia é uma forma de infecção invasiva aguda causada pela bactéria Neisseria meningitidis (também conhecida como meningococo).

A transmissão da bactéria se dá a partir do contato com pessoas doentes ou com indivíduos que carregam o microrganismo consigo, mas não apresentam qualquer manifestação da doença. Isso acontece com cerca de uma a cada dez pessoas que têm a bactéria na parte mais profunda da cavidade nasal e na garganta, mas nunca adoecem por conta disso.

A partir disso, uma pessoa pode entrar em contato com esse indivíduo e ser exposta à Neisseria meningitidis, correndo o risco de desenvolver uma das chamadas doenças meningocócicas. Ainda assim, esse microrganismo não é tão contagioso quanto aqueles responsáveis por doenças como a gripe, resfriados comuns ou mesmo a Covid-19.

Meningococcemia e meningite são a mesma doença?

Na maioria das vezes, uma doença meningocócica causada pela Neisseria meningitidis evolui na forma de uma meningite. Apesar do nome similar e de ser provocada pela mesma bactéria, ela não é a mesma coisa que a meningococcemia.

De forma resumida, a meningite meningocócica atinge a meninge, uma membrana específica que reveste o cérebro e a medula espinhal. Nesses casos, alguns dias após a infecção, o paciente apresenta geralmente uma doença com sintomas inespecíficos, o que torna o diagnóstico mais difícil. Entre algumas das possíveis alterações estão febre, dor de cabeça, queda da disposição, náusea e diarreia.

Por outro lado, sinais e sintomas associados à redução de sensibilidade à luz, rigidez na nuca e no pescoço e manchas arroxeadas pelo corpo costumam chamar a atenção num quadro de meningite, diferenciando-a de outras infecções mais comuns. No mais, cabe sempre destacar que um caso de meningite pode ter outras causas que não a infecção pela Neisseria meningitidis.

Já a meningococcemia é a forma invasiva da infecção pela mesma bactéria, que pode estar ou não acompanhada de um quadro de meningite. Nesses casos, a proliferação da bactéria atinge o organismo de forma sistêmica, através da corrente sanguínea do paciente.

Assim sendo, a evolução da meningococcemia tende a ser rápida e exige intervenção médica imediata. Entre alguns sinais de gravidade estão sepse, falência de órgãos, choque, púrpura cutânea e hemorragia.

O diagnóstico das doenças meningocócicas é feito com exames laboratoriais. Já o tratamento depende da introdução adequada de determinados tipos de antibióticos. Nos casos de meningococcemia, o suporte em ambiente hospitalar também costuma ser indispensável, inclusive em unidade de terapia intensiva, a depender da gravidade da situação.

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Existe forma de prevenir as doenças meningocócicas e reduzir o risco de complicações?

A vacinação é a principal forma de proteção contra as doenças meningocócicas. Atualmente, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda que crianças sejam imunizadas logo nos primeiros anos utilizando as vacinas conjugadas ACWY ou meningocócica C, que conferem proteção contra os principais sorogrupos da bactéria responsável pela infecção. Há ainda um imunizante que oferece proteção contra o sorogrupo B (disponível apenas na rede privada).

Para adultos, a vacinação costuma ser indicada diante de surtos de doenças meningocócicas, antes de viagens para onde o problema seja endêmico ou ainda nas situações em que o indivíduo apresenta alguns fatores que elevam o risco da infecção. Entre eles estão a ausência ou funcionamento inadequado do baço e determinadas deficiências da imunidade, inclusive aquelas causadas por doenças ou tratamentos imunossupressores.

Seja como for, o esquema de doses varia de acordo com a idade de início da vacinação. Então, na dúvida, converse sempre com seu médico. Dessa forma, é possível entender melhor que é a meningococcemia, quais os seus riscos e reforçar as medidas de prevenção, que passam, sobretudo, pela vacinação em dia.

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