Jejum intermitente: o que é, benefícios e para quem é indicado

Mulher em pé na cozinha, olhando para seu relógio, aguardando o horário para se alimentar

Quando se fala em emagrecimento, diversos tipos de estratégia alimentar podem vir à mente. O jejum intermitente é um deles. A técnica consiste em intercalar períodos de privação voluntária de comida e de ingestão normal de alimentos. Entenda a seguir como funciona esse protocolo, suas vantagens e desvantagens, indicações e contraindicações.

Como funciona o jejum intermitente

De acordo com um artigo publicado na Revista da Associação Brasileira de Nutrição, o jejum intermitente funciona a partir da combinação de períodos em que há a ingestão espontânea de alimentos sólidos e líquidos e de períodos de privação total (ou parcial) de qualquer tipo de comida e bebida – com exceção da água, café e chás sem açúcar.

Existem diferentes protocolos para o jejum intermitente: dias alternados, jejum de 14 a 20 horas, 5:2 (alimentação liberada por cinco dias e restrição por dois dias), entre outros modelos.

A ingestão de calorias diárias varia entre 500 a 800 kcal, dependendo do protocolo e conforme o sexo (homens tendem a ingerir maiores valores calóricos do que as mulheres).

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Para quem é indicado ou contraindicado

Normalmente, o jejum intermitente é indicado em casos de obesidade e para pessoas que já seguiam uma alimentação saudável e equilibrada, mas que desejam perder peso.

Gestantes, lactantes (pessoas que estão amamentando), crianças, idosos, pessoas com hipertireoidismo não controlado, insuficiência renal ou hepática, imunocomprometidos e aqueles com diabetes tipo 1 não devem adotar a restrição alimentar.

O jejum também não é indicado, especialmente, para indivíduos com algum tipo de transtorno alimentar (como anorexia, bulimia e compulsão).

Jejum intermitente vale a pena?

Nos últimos anos, o jejum intermitente tem chamado a atenção e passou a ganhar muitos adeptos. Isso porque alguns benefícios são comumente associados ao protocolo, segundo parecer da Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), como:

  • perda de peso;
  • alteração do metabolismo energético;
  • melhora da microbiota intestinal;
  • melhora dos níveis de glicemia;
  • retardo do envelhecimento.

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Além disso, pesquisas recentes mostram uma possível associação entre o jejum intermitente no retardo da evolução da Doença de Alzheimer. O protocolo também se mostrou como um potencial tratamento para a diabetes tipo 2, segundo estudo publicado no periódico Clinical Diabetes and Endocrinology.

Em contrapartida, a Asbran alerta sobre os riscos para a compulsão alimentar quando há a restrição de alimentos – o que pode acarretar em efeitos contrários aos esperados, além de contribuir para o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Soma-se também os possíveis efeitos colaterais no corpo. De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), quando feito sem as orientações devidas, o jejum intermitente pode causar náuseas, insônia, hipoglicemia, mal-estar, alterações hormonais, deficiência de nutrientes e perda de massa muscular.

Cuidados importantes

Embora os possíveis benefícios do jejum intermitente se mostrem atrativos, é importante entender que o protocolo ainda é considerado controverso e tem sido fortemente discutido na comunidade científica.

Em seu parecer, a Asbran reforça a necessidade de que mais ensaios clínicos controlados e randomizados de longo prazo sejam realizados para verificar os reais benefícios do jejum intermitente, especialmente quando comparado com as dietas convencionais de restrição calórica contínua.

Além disso, a Asbran indica que dietas com intervalos de duas a três horas promovem uma oferta maior de nutrientes, redução do cortisol, aumento da saciedade e diminuição dos níveis plasmáticos de insulina e glicose.

O artigo da Revista da Associação Brasileira de Nutrição ainda destaca que o jejum intermitente traz uma redução de peso a curto prazo, mas não se mostrou eficaz em longo prazo quando comparado a outras dietas restritivas.

Por todos esses motivos, é essencial que o jejum intermitente (assim como outras dietas restritivas) tenha o acompanhamento de um profissional de saúde e de nutrição para que o melhor protocolo seja avaliado e indicado conforme cada caso.

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