Como tirar o melhor proveito da consulta com o dermatologista

Analise de pele sendo feita

A pele é o maior órgão do corpo e, por estar do “lado de fora”, é praticamente um livro aberto em matéria de expor sintomas. Ao menos para um dermatologista, examinar pele, pelos, unhas e cabelo com atenção é um prato cheio para ter um retrato ao menos parcial de como vai nossa saúde.

No dia 5 de fevereiro, é celebrado o Dia do Dermatologista, e aproveitamos a data para lembrar não apenas como cuidar bem da sua pele, como também como observá-la sempre para identificar eventuais sinais de que algo não vai bem.

Quais sintomas a pele expressa?

Diferentemente de outros órgãos internos, que dependem de exames invasivos ou altamente tecnológicos para descobrirmos sintomas, a pele e seus anexos (pelos, cabelo, unhas) estão sempre disponíveis como “fofoqueiros” de alguns problemas que possam estar acontecendo, inclusive em outros órgãos.

Alguns sintomas das mais variadas doenças que a pele pode ter são:

  • Alterações de cor (mais clara ou mais escura que o normal, vermelhidão);
  • Alteração da espessura (mais fina, mais grossa);
  • Alteração da textura (mais áspera, mais lisa);
  • Mudança na cobertura (mais pelos, rareamento localizado de pelos, queda de cabelo);
  • Oleosidade anormal;
  • Perda de hidratação;
  • Cheiro atípico;
  • Coceira;
  • Dor;
  • Ardor.

A maior parte das alterações da pele são normais e não indicam doença alguma. Mas, caso você suspeite de que há algo de errado, procure um especialista para receber um diagnóstico adequado.

Quais problemas a pele pode indicar?

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, existem mais de três mil doenças dermatológicas, incluindo acne, alergias, vitiligo, verrugas, herpes, psoríase, queda de cabelos, hanseníase e câncer de pele.

A dermatologia também trata doenças de mucosas (da boca e da genitália), inclusive as sexualmente transmissíveis. Por meio de um exame minucioso da pele, o dermatologista pode encontrar também sinais de doenças que afetam outros órgãos, incluindo dengue, Aids e sarampo.

Veja, a seguir, alguns exemplos de como o dermatologista pode interpretar os sintomas:

Vermelhidão, coceira e descamação

Picada de inseto, alergia, dermatite, dengue ou câncer? Os possíveis sintomas para esses problemas são variados. Por isso, é importante deixar-se examinar pelo especialista antes de tirar conclusões ou de piorar tudo coçando as lesões com suas unhas cheias de bactérias.

Acne

A acne tem causas diversas, incluindo alterações hormonais e estresse. Conforme o caso, o tratamento poderá envolver, portanto, outras especialidades médicas e abordagens terapêuticas, além de limpeza adequada e medicação local.

Queda de cabelo

Além de consequência da genética e do envelhecimento (principalmente nos homens), alterações hormonais, síndrome metabólica, problemas na tireoide e micose no couro cabeludo podem ser outras causas a investigar.

Pele muito seca ou muito oleosa

A necessidade de hidratação da pele está relacionada com o tipo de pele e também com o ambiente. A mesma pele pode estar perfeitamente hidratada numa cidade litorânea, com alta umidade do ar, e bastante ressecada em um local distante do mar e com baixa umidade. O dermatologista saberá avaliar quais procedimentos de limpeza e quais produtos cosméticos são mais indicados para o seu caso.

Celulite, estrias, rugas e flacidez

Essas características do seu corpo estão diretamente relacionadas ao seu estilo de vida, além da sua idade. Mais importante do que sugerir tratamentos estéticos, o dermatologista poderá recomendar que você conte com uma equipe multidisciplinar que proponha um plano de mudança de hábitos de alimentação e atividade física.

5 coisas que você deve fazer antes de ir ao dermatologista

Agora que você já tem uma ideia melhor de quando e por que agendar uma consulta com um dermatologista, convém atentar para o que vale a pena providenciar antes do dia da consulta.

1. Monitore seus hábitos

Os seus cuidados com a pele, tais como procedimentos diários de higiene, hidratação, uso e remoção de maquiagem, e também escolhas alimentares saudáveis ou não saudáveis, nível e frequência de atividade física, uso de medicamentos, nível de ansiedade e estresse, qualidade do sono, exposição ao sol, proteção solar – tenha tudo isso em mente, porque a anamnese do check-up dermatológico inclui perguntas sobre tudo isso. Vale a pena ter um caderninho para anotar hábitos, dúvidas, explicações e recomendações do dermatologista.

2. Registre os sintomas

Tanto nas manifestações agudas de um problema, como vermelhidão repentina, como nas alterações mais lentas, como queda de cabelo progressiva, vale a pena fotografar os sintomas, de modo que o médico possa conferir o grau de gravidade do problema, mesmo que no dia da consulta a situação esteja mais amena.

3. Resgate seu histórico médico

Caso possua exames ou cópia de receitas médicas anteriores que possam estar relacionados com suas queixas atuais, leve-os para a consulta, junto com anotações do que você lembra que aconteceu antes.

4. Prepare-se para se expor honestamente

No check-up dermatológico, o médico quer examinar você por inteiro. Das unhas dos pés ao cabelo, passando pelas mucosas, e sem roupa nem maquiagem. Ele também fará perguntas sobre seu estilo de vida, então, trate de se despir de qualquer vergonha sobre o que você realmente come nos dias bons e nos dias ruins, o que você toma, o que você faz e deixa de fazer. Se quer diagnóstico e tratamento adequados, conte e mostre tudo.

5. Abra-se para um tratamento abrangente

Se o que sua pele revela depender apenas de melhores cuidados com a própria pele ou estiver relacionado a problemas ou hábitos não diretamente relacionados aos seus cuidados dermatológicos, prepare-se para a possibilidade de precisar de uma jornada de pesquisas e tratamento. Isso pode envolver novas consultas com o dermatologista e com profissionais de outras especialidades, além de mudanças de hábito.

Mas não sofra por antecipação. Faça a sua parte, que o dermatologista faz a dele.