03/05/2023

Hipocondríaco? Saiba mais sobre a doença e veja os ricos da automedicação

Visão traseira de jovem com saco contra prateleira em farmácia em busca de remédio

Aproximadamente 9% da população brasileira é hipocondríaca. Continue a leitura e saiba mais sobre a condição, os riscos da automedicação e como saber se é hipocondríaco.

Como é ser hipocondríaco?

Ser hipocondríaco é possuir um distúrbio psicológico caracterizado pelo medo irracional de estar com uma doença grave, mesmo que não haja evidências médicas disso. Essa condição é comum e pode afetar pessoas de todas as idades, gêneros e origens étnicas.

A hipocondria pode ser identificada por meio de sinais e sintomas, por exemplo:

  • Ansiedade generalizada e excesso de preocupação com a saúde;
  • Pensamento de que todo e qualquer sintoma é uma doença grave ou rara;
  • Não confiar em médicos e exames de diagnóstico;
  • Busca online constante por informações sobre doenças e sintomas;
  • Autodiagnóstico e checagem frequente de sinais vitais;
  • Automedicação.

O hipocondríaco é constantemente assombrado por preocupações com sua saúde, por isso costuma agendar consultas médicas e buscar opiniões de diferentes especialistas. Ele realiza exames com frequência e pode até mesmo procurar atendimento de emergência ao sentir qualquer sintoma, mesmo que sejam coisas simples e naturais do seu corpo, como gases, por exemplo.

Ainda não se sabe o que causa a hipocondria, pois há vários fatores de risco que influenciam no surgimento da doença. Por isso, é preciso atenção aos fatores e aos sinais e sintomas da doença. Dessa forma é possível buscar atendimento psicológico antes que o comportamento coloque a saúde do paciente em risco.

Fatores de risco para hipocondria

Apesar de a hipocondria surgir na vida adulta, há fatores de risco que se acumulam desde a infância e outros relacionados a doenças, por exemplo:

  • Ansiedade e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC);
  • Eventos traumáticos na infância;
  • Vida instável e agitada;
  • Familiares com histórico de TOC e/ou hipocondria.

Sem dúvida, a automedicação é o comportamento que mais apresenta riscos à saúde do hipocondríaco.

7 riscos da automedicação

Primeiramente, a automedicação é o ato de tomar remédio por conta própria, sem a recomendação de um profissional capacitado.

Muitas pessoas acreditam que a automedicação é inofensiva, pois muitos remédios são de venda livre nas farmácias. No entanto, isso não é verdade. Para quem é hipocondríaco, por exemplo, a automedicação é uma “solução” para uma doença que não existe.

1. Intoxicação

A ingestão excessiva ou o uso inadequado de medicamentos pode levar a uma intoxicação, que pode ser grave e até mesmo fatal.

2. Reação alérgica

Algumas pessoas podem apresentar reações alérgicas a certos medicamentos, o que pode causar sintomas como coceira, inchaço e dificuldade para respirar, por exemplo.

3. Piora do quadro clínico

Outro risco grave do uso de medicamentos, é a piora do quadro clínico do paciente, seja por causar efeitos colaterais indesejados ou por interferir na eficácia do tratamento.

4. Efeitos colaterais e reações adversas

Todo medicamento pode apresentar efeitos colaterais, que variam de acordo com a substância e a dosagem utilizadas. No entanto, se automedicar aumenta o risco de dosagem incorreta Por isso, há maior chance do surgimento de efeitos colaterais.

5. Dependência química

Alguns medicamentos possuem substâncias que podem levar à dependência química, como é o caso de alguns analgésicos e tranquilizantes, por exemplo. Esse risco é especialmente grave para quem tem hipocondria devido ao abuso de substâncias.

6. Aumento da resistência bacteriana

O uso inadequado de antibióticos pode contribuir para o surgimento de novas bactérias resistentes, o que dificulta o tratamento de infecções.

7. Interações medicamentosas

Alguns medicamentos podem inibir ou amplificar o efeito de outros, o que pode causar problemas e comprometer o tratamento do paciente.

Como saber se sou hipocondríaco?

O primeiro passo é observar o seu comportamento em relação a doenças e sintomas do corpo. Por isso, questione-se:

  • Eu tenho tendência a me preocupar exageradamente com sintomas simples e associá-los a doenças graves?
  • Eu tiro conclusões exageradas de sintomas?
  • Essas preocupações impactam negativamente minha família, trabalho e vida social?
  • Eu me autoexamino ou me autodiagnostico repetidamente?
  • Minhas preocupações com a saúde me geram angústia e/ou ansiedade?
  • Eu acredito no diagnóstico e nos exames médicos quando eles não indicam problemas de saúde?
  • Eu tomo medicamentos sem prescrição e de forma indiscriminada pensando em prevenir e/ou tratar doenças?

Se você respondeu sim para duas ou mais dessas perguntas procure atendimento psicológico especializado para conversar sobre seus sentimentos e angústias.

Lembre-se de que somente um profissional capacitado pode identificar se você é hipocondríaco ou não.

Como é o tratamento de um hipocondríaco?

O tratamento do hipocondríaco é uma jornada que envolve muitos profissionais de saúde, como psicólogos, psiquiatras, médicos clínicos e especialistas.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, é um tipo de tratamento que pode ajudar o paciente a reconhecer e mudar padrões de pensamentos negativos e distorcidos sobre a saúde.

Dessa forma, o paciente aprende a ter pensamentos mais realistas e positivos, que podem ajudar a reduzir a ansiedade. Mas, mesmo assim, em alguns casos, os médicos podem prescrever antidepressivos ou ansiolíticos para ajudar o paciente a controlar sua ansiedade e preocupação excessiva.

No entanto, é necessário lembrar que o tratamento da hipocondria é um processo gradual e pode levar um tempo para que o paciente aprenda a gerenciar suas preocupações com a saúde. Por isso, o apoio da família e amigos é fundamental para ajudar o paciente a manter a motivação durante todo o processo.

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