10/05/2023

Entenda como diagnosticar a Esclerose Múltipla no início da doença auxilia o prognóstico do paciente

Médico analisando ressonância magnética do cérebro

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune do sistema nervoso central que afeta em torno de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. Diagnosticar a esclerose múltipla precocemente melhora o prognóstico da doença e evita o surgimento de sequelas. Continue a leitura e saiba mais.

O que é a esclerose múltipla?

A esclerose múltipla é uma doença crônica e autoimune que causa danos às fibras nervosas do cérebro e da medula espinhal. Conforme a inflamação e a degeneração acontecem, os neurônios perdem sua bainha de proteção, afetando a capacidade do corpo de enviar e receber sinais nervosos.

A doença tem quatro formas clínicas:

Remitente-recorrente (EMRR)

85% dos casos. Ocorre nos primeiros anos da doença e melhora espontaneamente ou após o tratamento.

Secundária progressiva (EMSP)

Evolução da EMRR em que há dificuldade de recuperação dos surtos e acúmulo de sequelas.

Primária progressiva (EMPP)

10% dos casos. Há piora gradativa dos surtos.

Progressiva com surtos (EMPS)

Rápida e mais agressiva que as demais. Afeta 5% dos pacientes.

Embora as causas da doença não estejam elucidadas, sabe-se que ela é mais comum em pessoas entre 20 e 40 anos de idade e, em especial, mulheres. Apesar disso, há vários fatores de risco conhecidos para a doença.

Fatores de risco

  • Infecções virais, como o herpes vírus tipo 4, por exemplo;
  • Pouca exposição solar e, consequentemente, baixos níveis de vitamina D;
  • Tabagismo;
  • Obesidade;
  • Genética;
  • Exposição a solventes orgânicos.

Conhecer os fatores de risco e os sintomas iniciais da esclerose múltipla contribui para diagnosticar a doença o quanto antes, por isso, tenha atenção aos sinais.

Sintomas da esclerose múltipla

De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, os sintomas da doença não seguem um padrão e nem se manifestam da mesma maneira em todas as pessoas.

Sintomas iniciais da doença

  • Formigamento e dormência nos membros;
  • Dor, ardor e coceira nos braços, pernas, tronco e rosto;
  • Perda de força ou destreza em uma mão, ou perna;
  • Problemas de marcha e equilíbrio;
  • Excesso de calor;
  • Visão central turva, pouco clara e dupla, porém com visão periférica normal.

Sintomas tardios da esclerose múltipla

  • Linguagem lenta e com sussurros;
  • Dificuldade em controlar emoções;
  • Problemas de controle da micção e evacuação;
  • Transtornos emocionais, como ansiedade, depressão e irritação, por exemplo.

Por conta da sua cronicidade, os sintomas podem evoluir, tornando o quadro mais grave e o paciente mais dependente. Por isso, diagnosticar a esclerose múltipla no início da doença permite um tratamento precoce, reduzindo a intensidade dos sintomas e as sequelas neurológicas.

Como diagnosticar a esclerose múltipla precocemente ajuda na redução dos sintomas e sequelas?

Primeiramente, é preciso reforçar que, considerando que os sintomas variam nos pacientes, nem sempre é possível o diagnóstico nos primeiros sinais. Por isso, em caso de suspeita, é necessário realizar acompanhamento médico.

Mas, em geral, o diagnóstico consiste em avaliação clínica, análise de histórico médico e exames clínicos e de imagem, associados à análise de liquor, para avaliar marcadores específicos da doença.

A ressonância magnética de crânio e medula é a principal forma para diagnosticar a esclerose múltipla, pois permite visualizar as lesões características da doença. Em contrapartida, a análise de liquor, permite descartar outras doenças com sintomas semelhantes aos da esclerose múltipla.

Com relação ao tratamento da esclerose múltipla, são utilizados corticosteroides, plasmaférese terapêutica, imunoglobulinas, imunossupressores orais e outros imunossupressores de alta complexidade.

Portanto, o tratamento visa:

  • Retardar a progressão da doença;
  • Reduzir os surtos;
  • Controlar os sintomas;
  • Prevenir ou minimizar os danos permanentes (sequelas) no sistema nervoso central;
  • Aumentar a qualidade de vida.

O prognóstico da esclerose múltipla varia de acordo com a idade do paciente, a gravidade da doença e a resposta ao tratamento. Geralmente, quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhores serão as perspectivas de longo prazo.

Em resumo, compreender os sintomas, fatores de risco e buscar ajuda médica possibilitam diagnosticar a esclerose múltipla no início da doença, o que aumenta a chance de sucesso do tratamento e melhora a qualidade de vida do paciente.

Portanto, caso você ou alguém que conheça esteja apresentando sinais e sintomas que possam estar relacionados a esta doença, não hesite, procure atendimento especializado.

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