Os impactos da pandemia de Covid-19 na saúde mental são enormes e devem ser objeto de estudos ao longo dos próximos anos. O isolamento, as restrições do convívio social, entre outros fatores, afetaram não só os adultos, mas também as crianças e adolescentes. Por isso é fundamental que se conheça os principais sintomas da depressão em crianças.
Com a pandemia houve um aumento do tempo de tela, alterações prejudiciais na rotina do sono e da alimentação, a prática de exercícios e atividades fora de casa foi limitada e o conflito familiar cresceu.
Tudo isso gera trauma e, no pós-pandemia, pode ser um fator de risco importante para a piora da saúde mental que exigirá total atenção dos pais.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) na publicação “Depression and other common mental disorders: global health estimates”, há 322 milhões de pessoas vivendo com esse transtorno mental no mundo.
A depressão atinge 5,8% da população brasileira de acordo com dados do estudo publicado em 2017.
O relatório divulgado pela UNICEF -Fundo das Nações Unidas para a Infância –The State of the World’s Children 2021; On My Mind: promoting, protecting and caring for children’s mental health, aponta que mesmo antes da Covid-19, crianças, adolescentes e jovens carregavam o fardo das condições de saúde mental sem um investimento significativo para resolvê-los.
O crescimento alarmante dos números de depressão leva à outra consequência: o aumento dos suicídios.
Informações da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde revelam que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens brasileiros de 15 a 24 anos de idade.
É preciso sempre lembrar que a saúde mental faz parte da saúde física.
O aumento do sofrimento psicológico, dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais nas crianças requer atenção por parte dos pais e cuidadores tanto quanto outras doenças físicas.
Diagnosticar depressão é mais difícil nas crianças, pois os sintomas podem ser confundidos com malcriação, pirraça, birra ou mau humor.
A melhor maneira de prevenir o desenvolvimento da depressão infantil é estar atento aos sinais que a criança demonstra. Confira os principais sinais:
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em geral, o diagnóstico segue os critérios descritos no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM–V).
Mas destaca-se que estes foram delineados para a depressão na população adulta e que os sinais e sintomas podem ser diferentes na infância e adolescência.
A depressão infantil normalmente é diagnosticada entre os 8 e 9 anos, momento em que a criança também está consolidando a sua personalidade e a maneira como se relaciona com o que há em seu entorno.
Dentre os fatores de risco para a depressão em pediatria pode-se citar problemas emocionais graves durante a gestação; história família de depressão ou transtornos psiquiátricos; tentativa de suicídio em parente próximo; depressão materna; estresse tóxico na infância, incluindo agressões físicas, morais e verbais; excesso de cobrança, abuso sexual; entre outros.
No contexto pandêmico, esses fatores podem se agravar ainda mais.
Diante dos sinais de alerta, a SBP ressalta a importância da rede de apoio familiar para garantir o bem-estar físico e mental de crianças e adolescentes.
Muitas vezes os pais acabam negligenciando as emoções e as necessidades dos filhos, ignorando birras, desobediência, comportamento opositor, intolerância às frustrações, apatia e desatenção.
Quando na verdade, os comportamentos são pedidos de ajuda por parte da criança.
É essencial que o ciclo familiar busque quebrar o silêncio em torno da saúde mental e passe a fomentar a cultura da escuta sem julgamentos.
Promover a escuta empática ajudará a melhor compreensão da saúde mental de crianças, adolescentes e jovens, bem como validar suas experiências.
Leia também: O que são as doenças psicossomáticas e como se desenvolvem?
Muitas vezes apenas o apoio familiar e a psicoterapia são suficientes para tratar a criança. As intervenções com medicamentos só são recomendadas em casos específicos a partir dos 06 anos.
Para alguns adolescentes, a terapia sozinha é suficiente, mas para outros é necessário o uso de medicamentos juntamente com o aconselhamento que envolve o adolescente e sua família.
Cabe a um profissional qualificado avaliar caso a caso.
Sendo necessário, psicólogo pode recomendar o agendamento de uma consulta psiquiátrica e, então, ele vai entrar em contato com este profissional para traçarem, juntos, a melhor maneira de inserção dos remédios.
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