A doença de Crohn é mais uma forma conhecida das chamadas doenças inflamatórias intestinais. Assim sendo, na maioria dos casos, essa é uma condição que afeta sobretudo o intestino delgado e o intestino grosso. No entanto, há registros de quadros em que ela prejudica outras partes do trato gastrointestinal (que começa na boca e termina no ânus).
Na prática, a doença de Crohn é considerada um problema crônico. Além disso, muita coisa a respeito da sua evolução não é bem compreendida pelos médicos. De qualquer forma, o diagnóstico e o acompanhamento da condição podem contribuir com a manutenção do bem-estar de quem sofre com ela.
Não há consenso entre especialistas sobre o que desencadeia a doença de Crohn. Apesar disso, existem algumas suspeitas. Entre as que mais chamam a atenção estão:
Em geral, acredita-se que o estresse não causa a doença de Crohn, mas possa piorar os seus sintomas. Além disso, não existem alimentos que aumentem o risco de ter o problema, mas pode acontecer de certos itens agravarem a condição.
Seja como for, independente da causa, é notável que o número de diagnósticos da doença de Crohn está aumentando, inclusive no Brasil. Estudo publicado em 2021 estima que o volume de casos do problema cresce, em média, 12% ao ano no país.
O paciente com doença de Crohn costuma perceber primeiro alterações como diarreia persistente (com ou sem muco e, às vezes, com traços de sangue), dor e distensão na barriga e perda de peso não intencional. Além desses sintomas mais comuns, é possível ainda que surjam outras alterações que vão além do intestino. Entre elas estão:
A gravidade dos sintomas costuma variar conforme a intensidade da inflamação e de que parte do trato gastrointestinal ela atinge.
A partir do momento que os sintomas não melhoram com o tempo ou parecem piorar, o ideal é procurar ajuda médica. Quando o profissional levanta a suspeita da doença de Crohn, ele costuma solicitar uma combinação de exames laboratoriais ou de imagem, inclusive para avaliar se existem outras condições que explicam os sintomas.
Entre os recursos mais utilizados para esse fim estão avaliações físicas, testes laboratoriais (a partir do sangue e das fezes) e exames de imagem, como a endoscopia e a colonoscopia.
Às vezes, junto da colonoscopia (em que um instrumento com uma câmera na ponta é introduzido no reto do paciente anestesiado) também pode ser feita a coleta de um fragmento do tecido de partes do intestino. Assim, é possível avaliar se há lesões que sugiram o quadro inflamatório característico da doença de Crohn.
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A doença de Crohn não tem cura e nem é controlada com apenas um único tratamento. Na maioria dos casos, são combinadas várias opções de terapia, levando em conta a intensidade do quadro. Desse modo, o paciente pode receber a prescrição de:
Em longo prazo, é preciso observar que pacientes convivendo há muito tempo com a doença de Crohn podem ter um risco maior de desenvolver quadros de câncer colorretal. Portanto, pode ser necessário reforçar medidas de rastreamento, com o objetivo de identificar precocemente lesões que podem dar origem a um tumor.
A doença de Crohn é uma condição potencialmente grave e nem sempre fácil de ser identificada. Todavia, com o acompanhamento adequado é possível agir para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com o problema e evitar as complicações associadas a ele.
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