19/10/2022

Fertilidade feminina: quais fatores a aumentam e quais a diminuem?

Casal chateado devido a dificuldade de engravidar

Fertilidade é o nome dado à capacidade natural de uma pessoa se reproduzir. Para que uma mulher consiga engravidar, é preciso que ela e o seu parceiro sejam considerados férteis. E isso depende de alguns fatores dentro do organismo, como, por exemplo, órgãos do sistema reprodutor em boas condições. A fertilidade feminina também depende dos níveis hormonais, que devem estar em equilíbrio.

Para manter a fertilidade alta, no entanto, é preciso prestar atenção em questões que, apesar de não partirem do organismo, geram muito impacto nele. Se a mulher tem um estilo de vida saudável, com boa alimentação e com a saúde psicológica em dia, seu potencial reprodutivo pode aumentar.

Existem outros fatores, porém, que diminuem a fertilidade e, consequentemente, as chances de engravidar. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade vem crescendo e se tornou um problema de saúde global. Ela afeta cerca de 186 milhões de pessoas no mundo todo, o que representa 15% da população total do planeta.

Fatores que aumentam a fertilidade feminina

Para aumentar a fertilidade feminina, é preciso levar em consideração não apenas as questões envolvendo diretamente os aparelhos reprodutores, mas também os fatores psicológicos somados ao estilo de vida. É preciso que tudo esteja em equilíbrio para aumentar as chances de uma gravidez natural.

Veja alguns fatores que podem ajudar a aumentar a fertilidade feminina:

Alimentação saudável

Entre os nutrientes que impactam de forma positiva a fertilidade feminina estão a vitamina B12, o ômega 3, o zinco e os alimentos com ácido fólico. Esses e outros nutrientes contribuem de diversas formas para a produção hormonal, o que favorece a liberação de óvulos viáveis.

Controle do estresse

O estresse prejudica a produção de hormônios e as funções ovarianas. Por isso, tentar controlar o estresse excessivo vai ajudar o desempenho reprodutivo. Comer bem, descansar, praticar atividades físicas, meditar, organizar o tempo, fazer terapia… tudo isso pode combater o estresse do dia a dia.

Dormir bem

A má qualidade do sono está relacionada a inúmeros problemas de saúde e bem-estar de forma geral. E com a fertilidade não é diferente. A melatonina, conhecida como “hormônio do sono”, é uma das responsáveis por ajudar o corpo a realizar reparo do tecido ovariano, melhorando a qualidade dele e aumentando, assim, a fertilidade.

Manter um peso saudável

É provado que o excesso de peso tem influência na produção de hormônios e causa problemas na ovulação. Por isso, para aumentar a fertilidade, é importante tentar se manter dentro da faixa de IMC (Índice de Massa Corporal) normal, considerando seu peso e altura.

Prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis

As ISTs, como gonorreia e clamídia, também são fatores que podem causar, entre outros problemas, a infertilidade. Por isso, a prevenção dessas doenças é fundamental. Isso é feito com o uso de preservativos nas relações sexuais.

Fatores que diminuem a fertilidade feminina

Enquanto a fertilidade feminina se refere à capacidade de reprodução natural da mulher, a infertilidade é descrita como a dificuldade ou incapacidade de ter filhos de forma natural depois de um ano de tentativas, sem o uso de nenhum método anticoncepcional. Existem alguns motivos que podem impactar na fertilidade da mulher, eles vão desde questões genéticas até fatores relacionados ao estilo de vida.

Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), as chances de mulheres que fumam sofrerem com a infertilidade são três vezes maiores quando comparadas com pessoas não fumantes. O motivo é porque os componentes da fumaça do cigarro (como nicotina, cianeto e monóxido de carbono) aceleram a taxa de perda dos óvulos, além de danificar o material genético nos óvulos. Então, para não correr o risco de diminuir a fertilidade, é importante parar de fumar.

Além do tabagismo, outros fatores também podem influenciar negativamente na fertilidade feminina, como:

Álcool e abuso de drogas

O consumo de álcool afeta a metabolização dos hormônios pelo fígado, o que leva ao desequilíbrio dos níveis hormonais, diminuindo a fertilidade. O uso de drogas também prejudica as funções hormonais, podendo causar infertilidade e também disfunção sexual.

Sobrepeso

O excesso de gordura atrapalha tanto a produção quanto a metabolização do estrogênio, causando problemas na ovulação. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, mulheres obesas têm três vezes mais chances de sofrer de infertilidade do que pacientes com IMC normal.

Má alimentação

Comer somente alimentos pouco nutritivos pode gerar alterações fisiológicas nos ciclos menstruais, causando a infertilidade feminina.

Estresse

Estudos apontam que situações de estresse podem causar prejuízos nas funções ovarianas e interferir na produção hormonal. O estresse também pode causar quadros de amenorreia (ausência de menstruação).

Idade

Este é o principal fator que causa a infertilidade nas mulheres. Isso porque, a partir dos 35 anos, a qualidade e a quantidade dos óvulos começam a diminuir, gerando a redução do desempenho reprodutivo. Mais adiante falaremos especificamente sobre os impactos da idade na fertilidade feminina.

Doenças e fatores genéticos

Algumas doenças ligadas à infertilidade podem ser hereditárias, por isso, a dificuldade de engravidar pode ter a ver com fatores genéticos. Além disso, algumas condições e doenças também influenciam na fertilidade feminina, como: endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), doenças da tireoide, miomas uterinos, pólipos endometriais, algumas inflamações, falência ovariana prematura (FOP) e trombofilia.

Como a idade impacta na fertilidade feminina?

Segundo a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), cerca de 8 milhões de brasileiros sofrem com a infertilidade e a idade é um fator determinante para isso. Por que? Porque os óvulos das mulheres envelhecem ao longo da vida. Isso significa que, além da reserva ovariana diminuir, os óvulos vão perdendo a qualidade, tornando a possibilidade de engravidar cada vez mais difícil. E esses óvulos não se renovam, afinal, quando as mulheres nascem, já carregam dentro de si a quantidade de óvulos que serão liberados ao longo da vida. Por isso, quanto maior a idade da mulher, menor a quantidade de óvulos disponíveis e, consequentemente, menor a chance de engravidar.

Veja como funciona a fertilidade feminina por idade e os impactos na tentativa de engravidar:

Gravidez aos 20 anos

Fase em que a mulher está super fértil! De acordo com pesquisas e médicos, dos 20 aos 30 anos é o melhor momento para engravidar, afinal, os óvulos são mais novos e o risco de uma gestação com complicações é pequeno.

Gravidez aos 30 anos

Também é uma fase considerada ideal para engravidar, tanto para os médicos quanto para as mulheres, que se sentem mais preparadas. No entanto, é preciso lembrar que, a partir dos 35 anos, a quantidade de óvulos é bem menor, o que pode dificultar a gravidez.

Gravidez a partir dos 40 anos

Apesar dos avanços da medicina e das diversas soluções disponíveis para compensar o fator idade, quem deseja engravidar nessa fase precisa de cuidados redobrados. Além da pouca quantidade de óvulos, a gestação após os 40 é considerada de risco pois existe a chance de acontecerem problemas como: hipertensão, pré-eclâmpsia, risco de aborto, entre outros. 

Outros fatores da idade que prejudicam a fertilidade são relacionados aos ciclos menstruais, que se tornam mais curtos e irregulares com o passar do tempo, e o fato do endométrio ficar mais fino, o que dificulta a implantação do embrião.

Quais exames podem medir a fertilidade feminina?

Conforme as mulheres envelhecem, a fertilidade vai ficando cada vez mais reduzida. Além disso, pode haver problemas relacionados a disfunções hormonais, predisposição genética e até questões relacionadas a fatores externos, como alimentação e estilo de vida, por exemplo.

Somente consultando um especialista é possível obter um diagnóstico preciso. Ele solicitará exames específicos para avaliar a capacidade reprodutiva. Veja os principais exames para medir a fertilidade feminina:

Exames de sangue

Existem alguns exames de sangue capazes de medir os níveis de hormônio, analisar a reserva ovariana e identificar alterações no sistema reprodutor da mulher. Eles têm objetivo de avaliar a produção dos hormônios relacionados ao ciclo menstrual e à ovulação. Os principais exames de dosagem hormonal são: FSH (hormônio folículo estimulante), LH (hormônio luteinizante), TSH (hormônio estimulante da tireoide), HAM (hormônio anti-mulleriano) Progesterona e Prolactina.

Exame vaginal e retal

Esse procedimento, também conhecido como exame de toque vaginal, permite uma avaliação do colo do útero. É ideal para detectar alterações uterinas, como massas e cistos, que podem indicar a presença de endometriose e da doença inflamatória pélvica (DIP), doenças que podem causar infertilidade.

Ultrassom transvaginal

Este exame, muito pedido pelos ginecologistas, tem como objetivo analisar os órgãos e estruturas pélvicas, como canal vaginal, colo do útero, útero, endométrio, trompas de Falópio e os ovários da mulher. Dessa forma, é possível avaliar as condições do sistema reprodutor feminino e detectar possíveis anomalias.

Histerossalpingografia

A histerossalpingografia é um exame ginecológico que usa raio-x com contraste para identificar possíveis anomalias nas trompas de Falópio e no interior do útero. O procedimento é simples e geralmente, indicado para identificar diversas situações no organismo, entre elas, a fertilidade feminina.

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