Nos dias de hoje, é comum vermos crianças com celulares, tablets e outros dispositivos eletrônicos nas mãos. Embora a tecnologia possa trazer benefícios, o excesso de telas pode ser prejudicial para a saúde das crianças. Entenda como.
Não é segredo que a tecnologia tem papel essencial em nossas vidas, estando presente quase em tempo integral no nosso dia a dia, principalmente nos celulares. Por isso, as crianças também não estão imunes a essa realidade, tendo acesso a dispositivos eletrônicos cada vez mais cedo.
Além disso, a pandemia do coronavírus foi um dos fatores responsáveis por acelerar esse processo. Pois, as crianças passaram a ter aulas online e a se comunicar com amigos e familiares por videochamadas.
As crianças têm facilidade em lidar com a tecnologia e também aprendem mais fácil com apoio visual. Por isso, quando ela é associada a atividades com fins interativos e pedagógicos, como memorização e concentração, ela é uma grande aliada no desenvolvimento infantil.
Além disso, outros benefícios do uso da tecnologia, incluem o desenvolvimento de novas habilidades (como programação, por exemplo), melhora do raciocínio lógico, estimulação da criatividade e melhora da autonomia. Mas claro, tudo isso deve ser realizado de maneira pedagógica e com supervisão.
Embora a tecnologia possa trazer benefícios, como os exemplos citados, lembre-se que o excesso de telas pode ter consequências negativas para a saúde das crianças.
O uso de telas em excesso pode impactar negativamente a saúde das crianças. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), alguns dos principais impactos incluem:
O uso de telas até duas horas antes de dormir afeta a qualidade do sono das crianças e adolescentes. Com isso, há aumento de insônia, estresse, irritabilidade e cansaço durante o dia.
O excesso de telas pode levar a problemas de visão, como fadiga ocular, síndrome visual do computador e miopia, por exemplo.
O excesso de telas aumenta o risco de ansiedade, depressão, irritabilidade e outros problemas de saúde mental.
O excesso de telas pode afetar o desenvolvimento cognitivo e social das crianças, interferindo na capacidade de aprendizado e na interação com outras pessoas.
Outros problemas listados pela SBP são:
O uso de telas não precisa ser eliminado da vida das crianças, mas é necessário estabelecer limites e garantir que elas não passem tempo demais nos dispositivos eletrônicos.
De acordo com a SBP, para evitar o excesso, o limite de uso de telas recomendado em um dia varia conforme a idade da criança e deve ser sempre supervisionada pelos pais.
Durante os primeiros mil dias de vida, o cérebro da criança está desenvolvendo os aspectos sensoriais, táteis, visuais, auditivos e olfativos. Por isso, esse período pode determinar o estabelecimento de hábitos e atitudes saudáveis para o resto da vida.
Até os 5 anos de idade a criança apresenta um rápido desenvolvimento motor e de habilidades manuais, como empilhar objetos e pular em um pé só, por exemplo. Além disso, até essa idade a criança ainda não sabe diferenciar fantasia de realidade. Por isso, evite o excesso de telas nesse período.
Nessa fase a comunicação está mais desenvolvida, assim como o pensamento lógico e os sentimentos. Por isso, além do risco de exposição a substâncias ilícitas e maus hábitos de vida, o cyberbullying pode causar transtornos emocionais e psicológicos.
Com a chegada da adolescência e o “período rebelde”, o monitoramento para evitar a exposição em excesso a telas vai ficando mais difícil. Por isso, nessa fase, será preciso jogo de cintura para conseguir negociar e, ao mesmo tempo, estabelecer uma autoridade assertiva sobre as crianças.
O monitoramento é essencial na proteção da criança, pois é possível evitar a exposição precoce à sexualidade, o cyberbullying, o consumo de conteúdos auto lesivos, violentos e de distorção de imagem.
Os filhos costumam seguir o exemplo dos pais, então, ao invés de tentar distraí-los com aparelhos eletrônicos, experimente incentivá-los a praticar esportes e exercícios ao ar livre, por exemplo. Além de evitar as consequências do excesso de tela, isso irá aumentar a conexão, as boas relações e a amizade no ambiente familiar.
Ser rígido ou autoritário pode aumentar o atrito nas relações familiares. Por isso, as regras saudáveis ajudam a manter a obediência e a ordem. Por exemplo: o uso de aparelhos eletrônicos só será permitido após a realização de tarefas domésticas e/ou escolares. Analise a estratégia que mais se adequa à realidade e rotina da família.
Além disso, o tempo nas telas não deve ser contínuo. É recomendado que as crianças façam pausas frequentes, a cada 30 minutos, para se movimentar e descansar os olhos
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