24/01/2024

O que é a síndrome de burnout e quais as opções de tratamento mais recomendadas?

Homem sentado trabalhando com rosto estressado e várias pessoas indicando para ele coisas a serem feitas

Entender o que é a síndrome de burnout é importante não apenas diante do que impacto sobre a qualidade de vida que essa enfermidade pode provocar, como também pelo fato de que desde 2023, a Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui tal condição na lista de doenças ocupacionais (ou seja, que estão ligadas diretamente ao trabalho). No Brasil, o burnout entrou na lista de doenças laborais em janeiro de 2023.

Assim sendo, vale reforçar a conscientização em torno do tema. É necessário, por exemplo, compreender de que forma o burnout se diferencia da mera exaustão profissional ou de outros transtornos psiquiátricos. Além disso, é fundamental reconhecer que aspectos do ambiente de trabalho podem ser repensados para reduzir o risco de adoecimento.

Os principais sintomas da síndrome de burnout

Em uma tradução livre direto do inglês, burnout significa “queimar por completo”. Considerando o contexto atual, o termo foi utilizado pela primeira vez nos anos 1970, quando um psicólogo norte-americano notou as consequências do estresse constante em determinados grupos de profissionais que trabalhavam junto ao público (como médicos e enfermeiros, por exemplo).

A partir disso, a definição mais utilizada para o que é a síndrome de burnout engloba o conjunto de manifestações que são resultado da exposição crônica a um ambiente de trabalho estressante sem que haja o devido manejo desses problemas. Assim sendo, a condição atinge três dimensões da experiência do indivíduo dentro e fora da sua atividade profissional, manifestando-se por meio de alterações como:

– Sensação de esgotamento físico e emocional

Essa sensação torna a pessoa incapaz de lidar com suas obrigações. Esse aspecto também pode incluir manifestações físicas (como dores constantes ou alterações gastrointestinais).

– Despersonalização, alienação e distanciamento do trabalho

Sobretudo como forma de se proteger da exposição às situações estressantes. Além disso, a pessoa pode se tornar cínica em relação às suas atividades e aos seus colegas. Irritabilidade, impaciência e frustração são outras sensações comuns.

– Redução no desempenho

Seja no trabalho, seja em casa diante de tarefas comuns. Muito disso pode se dar pelo cansaço, pela dificuldade de se concentrar ou por achar que suas habilidades não vão dar conta das demandas.

Acima de tudo, o que precisa ficar claro é que o burnout evolui sempre a partir do estresse imposto pelo trabalho. Embora quadros de vários transtornos psiquiátricos possam apresentar sintomas similares, eles nem sempre estão relacionados ao âmbito profissional da vida de uma pessoa. De forma ampla, isso é o que diferencia tais condições do esgotamento ocupacional.

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O diagnóstico e o tratamento dessa condição

O diagnóstico da síndrome de burnout depende de uma avaliação cuidadosa de um médico e/ou psicólogo. Além de contar com instrumentos de análise (como alguns questionários e testes) para determinar a condição do paciente, esses profissionais podem descartar outras explicações para os sintomas apresentados. De todo modo, é importante não negligenciar as manifestações e procurar ajudar quando as coisas não andarem bem.

O tratamento padrão geralmente combina acompanhamento psicoterápico e o uso de medicamentos antidepressivos. Tanto a terapia quanto os remédios podem ser mantidos por alguns meses para evitar recaídas.

Além disso, o paciente pode ser orientado sobre mudanças no estilo de vida (como a necessidade de praticar mais atividades físicas) e sobre adaptações na sua rotina de trabalho, permitindo assim que haja um alívio no estresse e na pressão nesse contexto.

Estabelecer limites entre a vida pessoal e o trabalho, desconectar-se dos dispositivos eletrônicos por algum período do dia, separar algum tempo para desenvolver atividades prazerosas e manter contato com amigos e familiares pode ser algumas das recomendações básicas para tal fim.

A melhoria dos ambientes de trabalho e a prevenção da síndrome de burnout

As empresas também podem assumir a dianteira na preocupação com a saúde dos colaboradores, adotando cuidados para tornar o ambiente de trabalho mais saudável. Logo, o primeiro passo pode ser identificar situações que tornam o dia a dia mais difícil. Entre algumas delas estão:

  • Sobrecarga nas demandas.
  • Problemas de comunicação, sobretudo com os líderes.
  • Falta de suporte.
  • Relacionamento difícil com colegas e gestores.
  • Pressão exacerbada e sensação de injustiça.
  • Falta de separação entre a vida profissional e a pessoal, sobretudo em trabalhadores em regime remoto.

A partir disso, é importante repensar a cultura da empresa e encontrar formas de torná-la mais receptiva a determinadas adaptações capazes de beneficiar a todos.

Tornar o dia a dia mais flexível pode ser interessante para aqueles profissionais que querem estar mais próximos da família ou querem ter mais tempo para cuidar de si mesmo, por exemplo. Abrir espaço para feedbacks constantes, saber identificar necessidades não atendidas e reorganizar o fluxo de trabalho sempre com metas e prazos factíveis também pode ser relevante.

Por fim, compreender melhor o que é a síndrome de burnout passa ainda por reforçar que todos nós estamos sujeitos a desenvolver esse problema de saúde mental. O trabalho é parte da vida de qualquer pessoa, mas isso não significa que ele deva estar acima a todo custo do bem-estar e da qualidade de vida.

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