Se queremos saber como anda o coração, vamos ao cardiologista. Para acompanhar a saúde sexual, contamos com o ginecologista e o urologista. Se algo incomoda na pele, é o dermatologista que chamamos.
Mas e o médico infectologista, o que ele trata?
Você já deve ter notado que, neste momento em que o mundo passa pela pandemia de COVID-19, os infectologistas estão em evidência. São constantemente chamados para entrevistas, estão em reuniões com governantes e na linha de frente dos hospitais e centros de pesquisa.
No entanto, mesmo fora de situações excepcionais como agora, esses profissionais têm papel importantíssimo para a nossa saúde.
Por isso, aproveitamos o dia do infectologista, que é comemorado em 11 de abril, para explicar o que é a infectologia, em quais situações você deve procurar um médico infectologista e quais são as doenças mais comumente tratadas por essa especialidade.
O que é a infectologia?
A infectologia é o ramo da medicina que se dedica à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento e à cura das doenças infecciosas causadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas.
Esses microrganismos estão presentes no ar, na água, no solo e em todas as superfícies. Em sua maioria, não causam prejuízos ao corpo humano, mas alguns têm o potencial de interagir com o nosso sistema imunológico de maneira prejudicial e provocar doenças.
A invasão do corpo por agentes infecciosos pode ocorrer por via:
- Oral: com água e alimentos contaminados ou pelo contato de superfícies sujas com a boca;
- Respiratória;
- Sexual;
- Sanguínea: quando há ferimentos ou uso de agulhas contaminadas.
Hoje infectologia, ontem medicina tropical
Até a década de 1970, as diversas doenças tratadas pela Infectologia eram agrupadas de outras formas e com outros nomes, como “medicina tropical”, já que parte das doenças estudadas eram mais frequentes em países quentes.
Com o aprofundamento das pesquisas e da prática clínica, bem como com o entendimento de que as infecções ultrapassam fronteiras, foi criada no Brasil a especialidade de Infectologia.
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Confira 10 dicas para manter a saúde do homem em diaQuando procurar um infectologista?
A maioria das pessoas não procura um infectologista por conta própria. Como não é uma especialidade que cuida de uma parte do corpo, mas sim de doenças com características semelhantes, a nossa tendência é buscar primeiro o clínico geral ou o especialista para a região afetada.
Assim, boa parte dos pacientes chega ao consultório do infectologista depois de ser encaminhada por outros médicos. Mas você também pode buscar a ajuda desse especialista diretamente, se desejar.
O médico infectologista é especialmente útil quando há um quadro de infecção de difícil diagnóstico ou tratamento. Buscar a orientação correta pode fazer a diferença, pois infecções que não são tratadas ou que são tratadas de forma inadequada podem gerar complicações sérias. Um exemplo é o caso de pacientes com episódios repetitivos de infecção urinária, que acabam desenvolvendo resistência a antibióticos.
Entre os pacientes mais frequentes dos consultórios de infectologia, estão as pessoas que descobriram serem portadoras de doenças sexualmente transmissíveis e do vírus da AIDS (HIV). Nesse caso, o infectologista é fundamental para a avaliação do paciente, prescrição de medicamentos e acompanhamento do estado de saúde da pessoa a longo prazo.
Outras situações em que o infectologista pode ser importante são aquelas em que a pessoa apresenta sintomas após viajar para lugares onde há epidemias. O ideal é verificar, antes da viagem, se há vacina disponível e que outros cuidados devem ser tomados. Mas, caso haja suspeita de contaminação por doenças como dengue, malária, cólera, novas gripes, entre outros, o infectologista é o médico mais indicado para cuidar de você.
Quais são as principais doenças infecciosas?
Existem inúmeras doenças que são estudadas pela infectologia, como gripe, sarampo, hepatites virais e a COVID-19.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, algumas delas se destacam como problemas de saúde pública no Brasil, por estarem relacionadas à pobreza e condições de vida inadequadas. Cerca de 40% dos municípios brasileiros têm potencial crítico para a proliferação dessas infecções.
Apesar dos dados ainda preocuparem, felizmente o índice de mortalidade causado por doenças infecciosas apresenta tendência de queda no país desde o final do século XX. Entre os motivos dessa redução, estão os esforços para melhorar as condições sanitárias e de saúde da população, bem como o avanço da medicina.
As doenças transmissíveis ainda representam um quadro complexo, apesar de, na maioria dos casos, existirem medidas de prevenção e controle que podem ser tomadas. O Ministério da Saúde destaca algumas classificando-as entre aquelas que estão em tendência de queda ou desaparecimento; as que são conhecidas há muito tempo, mas seguem sendo um problema; e aquelas doenças que surgiram mais recentemente ou que ressurgiram após regredirem.
Doenças transmissíveis com tendência declinante
- Varíola;
- Poliomielite;
- Sarampo;
- Tétano neonatal;
- Tétano Acidental;
- Raiva humana;
- Difteria;
- Coqueluche;
- Febre tifoide;
- Oncocercose;
- Filariose;
- Peste.
Doenças transmissíveis com quadro de persistência
- Hepatites virais, especialmente B e C;
- Tuberculose;
- Leptospirose;
- Meningites;
- Leishmanioses (visceral e tegumentar);
- Esquistossomose;
- Malária;
- Febre amarela.
Doenças transmissíveis emergentes e reemergentes
- AIDS (HIV);
- Cólera;
- Dengue;
- Hantaviroses;
- Influenza A (H1N1).
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O médico infectologista é o primeiro a ser convocado quando há o surgimento de novas doenças, cujas causas, tratamentos, formas de prevenção e proliferação ainda não se conhece. Dessa forma, é muito comum que sejam coordenadores de equipes hospitalares ou consultores junto a órgãos de governos para o estudo e o enfrentamento dessas enfermidades.
Os infectologistas também estão presentes em todos os hospitais, prevenindo e combatendo o risco de infecções hospitalares, que, no Brasil, atinge cerca 14% dos pacientes internados, segundo a Anvisa.
Infectologistas no combate à COVID-19
Os infectologistas estão sendo decisivos no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Essa é uma missão desafiadora, porque eles têm precisado reunir e analisar dados científicos de forma muito veloz e em colaboração com profissionais do mundo todo.
Em pouco mais de um ano, a doença atingiu todos os países do globo e segue fazendo vítimas. No entanto, hoje é infinitamente maior o conhecimento acumulado sobre a doença, sua evolução, suas consequências, suas respostas a medicamentos e intervenções, bem como as possibilidades de imunização, prevenção e cura.
Os infectologistas não são os únicos profissionais que estão dedicados a combater a COVID-19, mas são parte central desse esforço coletivo.
Sobre o Dia do Infectologista
O Dia do Infectologista foi criado pela Sociedade Brasileira de Infectologia como forma de valorizar essa especialidade e seu papel na saúde. A data é celebrada desde 2006 e homenageia o aniversário de um dos mais importantes infectologistas do país: Emílio Ribas.
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Ótima informação amei parabéns!!!