09/06/2021

Quem pode doar sangue? Veja os requisitos e entenda a importância

Imagem mostra do alto mix de alimentos incluindo abacate, peixes e sementes ricos em gorduras boas, que ajudam a reduzir o colesterol

Em inúmeras situações hospitalares, como cirurgias, a transfusão de sangue é um recurso essencial, que faz a diferença entre a vida e a morte. Não há entre os recursos de saúde qualquer substituto para o sangue.

Isso porque a perda excessiva de sangue compromete as próprias condições necessárias para a vida. É por meio do sangue que é realizada a comunicação entre os diversos órgãos do corpo humano. Ele transporta nutrientes, realiza as trocas gasosas da respiração e atua na defesa do organismo contra microrganismos invasores e doenças.

Por isso, é tão recorrente vermos na televisão, internet e outros meios de comunicação campanhas que incentivam a doação de sangue. Ao remover uma quantidade reduzida de sangue, o organismo é capaz de renovar a produção desse líquido em um curto espaço de tempo. Portanto, a doação é totalmente segura. E o melhor: apenas um doador pode beneficiar até quatro pessoas por vez.

A maioria das pessoas saudáveis pode doar sangue e, com esse gesto simples, contribuir para a saúde de todo o país. Confira, a seguir, algumas informações importantes sobre quem pode doar sangue.

Quem pode doar sangue?

Para doar sangue, basta estar em boas condições de saúde, pesar mais de 49 quilos e ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos. Menores de 18 anos, é necessário ver os documentos necessários e formulário de autorização disponiveis no site da ProSangue.

No dia da doação, é importante estar bem alimentado, mas não devem ser ingeridos alimentos gordurosos nas 4 horas que antecedem a doação. Também é necessário ter dormido pelo menos seis horas nas 24 horas anteriores.

Homens podem fazer até quatro doações por ano, desde que respeitem o intervalo mínimo de dois meses entre cada doação. No caso das mulheres, o limite é de três por ano, com intervalo mínimo de três meses. Respeitar esses intervalos é necessário para dar tempo ao corpo para reestabelecer seus níveis normais de sangue.

Quem não pode doar sangue?

É importante entender que as pessoas que recebem transfusão de sangue se encontram em uma situação frágil de saúde, sendo fundamental garantir a segurança de tudo que é utilizado em seus organismos. No caso do sangue, trata-se de um material biológico, que está sujeito a apresentar alguns tipos de contaminação que poderiam agravar o quadro dos pacientes.

Por isso, o Ministério da Saúde estabelece critérios rígidos para a seleção do sangue que pode ou não ser doado. Todo sangue doado é, antes de usado, testado para inúmeras doenças. No entanto, existe em medicina uma situação chamada de “janela imunológica”, que é o intervalo entre ter contato com um agente infeccioso e de fato desenvolver a doença, de modo que ela seja detectável nos exames laboratoriais.

Desse modo, antes da doação e da testagem do sangue, o doador passa por uma entrevista com um profissional de saúde, que fará perguntas sobre comportamento e até situações íntimas. O objetivo é aumentar a segurança, reduzindo os riscos.

Impedimentos permanentes para doação de sangue

Algumas situações podem impedir permanentemente que uma pessoa doe sangue. Veja se alguma delas se aplica ao seu caso:

  • Ter hepatite após os 11 anos de idade;
  • Ter sido diagnosticado com doenças transmissíveis pelo sangue, como hepatites B e C, Aids (vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV 1 e 2 e doença de Chagas;
  • Uso de drogas ilícitas injetáveis.

Impedimentos temporários para a doação de sangue

Em outros casos, a pessoa não pode doar sangue em um momento específico, mas pode (e deve) retornar depois de algum tempo para fazer a doação. Confira.

  • Gripe, resfriado e febre: aguardar 7 dias após o desaparecimento dos sintomas;
  • Covid-19: aguardar 30 dias após a recuperação clinica completa – com alta médica;
  • Vacinados contra Covid-19: 48 horas após cada dose (vacina Coronavac, da Sinovac/Butantan); 7 dias após cada dose (vacina Oxford, da AstraZeneca/Fiocruz); e 7 dias após cada dose (vacina da Pfizer/BioNtec).
  • Gestantes: Gestantes não podem doar sangue. O Ministério da Saúde proíbe a doação de sangue para gestantes, pois esse procedimento pode comprometer o estoque de ferro no organismo da mulher, causando um sério quadro de anemia.
  • Puerperas: aguardar 90 dias após parto normal e 180 dias após cesariana;
  • Amamentação: até 12 meses após o parto;
  • Ingestão de bebida alcoólica: aguardar 12 horas após o consumo;
  • Exames/procedimentos com utilização de endoscópio: aguardar 6 meses;
  • Vacina da febre amarela ou sarampo: aguardar 4 semanas;
  • Tratamento dentário cirúrgico (como extração, tratamento de canal): 7 dias após o procedimento e/ou suspensão dos medicamentos.
  • Tatuagem, maquiagem definitiva e micropigmentação (sombrancelhas, lábios, etc.): após 12 meses.
  • Brasil: estados como Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Tocantins são locais onde há alta prevalência de malária. Quem esteve nesses estados deve aguardar 12 meses para doar, após o retorno.

Após a doação de sangue

A retirada de sangue pode alterar um pouco o volume a pressão sanguínea. Por isso, algumas pessoas podem se sentir mal, ter tontura, desmaio, náuseas, vômitos, hematoma ou dor no local da retirada do sangue. Dessa forma, é importante seguir algumas recomendações:

  • Permaneça no banco de sangue por 15 minutos após a doação. Caso sinta algum mal-estar, solicite ajuda;
  • Você pode retomar as atividades normais uma hora após a doação, inclusive dirigir, caso esteja se sentindo bem;
  • Para realização de esforços físicos, principalmente com o braço da doação, a recomendação é aguardar 24 horas;
  • Beba mais líquido que de costume nas quatro horas seguintes à doação;
  • Não tome bebida alcoólica antes de ter se alimentado bem e não fume durante uma hora após a doação;
  • Se ocorrer sangramento no local da punção, não dobre o braço. Comprima o local com um pedaço de algodão ou gaze;
  • Caso surjam sintomas como febre, diarreia ou outro sinal de infecção até sete dias após a doação, informe ao hemocentro para que não utilize o sangue doado, garantindo a segurança dos pacientes.

Estoques de sangue no Brasil

Apesar da doação de sangue ser um gesto simples, gratuito e seguro, o Brasil enfrenta frequentemente o desafio de manter os estoques de sangue em níveis seguros para o atendimento adequado aos hospitais.

Os locais responsáveis por recolher e tratar o sangue doado são os hemocentros – ou, como são mais popularmente conhecidos, bancos de sangue. Todos os anos, o mês de junho é o mais desafiador, pois as férias escolares, o frio e a maior incidência de infecções respiratórias reduzem a atuação dos doadores.

Para reverter essa situação, foi criado o movimento Junho Vermelho, que incentiva e mostra a importância da doação de sangue. Atualmente, ele é ainda mais necessário, uma vez que, com a pandemia, veio também o receio das pessoas de se contaminarem pelo novo coronavírus, reduzindo ainda mais a disponibilidade de sangue em todo o país. Os hemocentros são espaços de saúde, que atendem critérios rígidos de higiene e reforçaram os protocolos para garantir a segurança dos doadores.

Tipos sanguíneos

Você sabia que existem diferentes tipos sanguíneos? E que eles são distribuídos uniformemente entre a população? Uma pessoa pode ter o sangue O, A, B ou AB. Além disso, pode ter o fator Rh positivo ou negativo. Os tipos mais comuns são os sangues A e O.

Tudo isso é importante porque o sangue do doador deve ser compatível com o sangue do receptor:

  • Pessoas com sangue do tipo A podem doar sangue para pessoas com sangue tipo AB e A;
  • Pessoas com sangue do tipo B podem doar sangue para pessoas com sangue tipo AB e B;
  • Pessoas com sangue do tipo AB pode doar sangue apenas para pessoas com sangue do tipo AB;
  • Pessoas com sangue do tipo O podem doar sangue para pessoas de todos os outros tipos sanguíneos, A, B, AB, O. É o chamado doador universal.

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