9 dicas para enfrentar os desafios relacionados à saúde mental na adolescência

Adolescente estudando em casa

A adolescência é um período de transformações intensas, não só físicas, mas também emocionais e mentais. Afinal, é nesse momento crucial que a saúde mental dos jovens pode ser influenciada por uma série de fatores. Portanto, compreender esses desafios é fundamental para oferecer o suporte necessário. Continue a leitura para explorar dados sobre o tema, bem como conferir dicas de como pais e cuidadores podem ajudar os jovens a enfrentar os desafios da adolescência.

Saúde mental na adolescência

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, a adolescência corresponde a faixa etária de 10 a 19 anos, sendo este um período que molda a vida adulta. Por isso, mesmo que a maioria dos adolescentes tenha uma boa saúde mental, algumas mudanças físicas, emocionais e sociais, podem tornar os jovens vulneráveis a condições psicológicas, como:

– Exposição à pobreza;

– Abuso ou violência, seja em casa ou no ambiente escolar;

– Pressão acadêmica e expectativas elevadas dos pais ou da sociedade;

– Isolamento social ou dificuldade de integração com os colegas;

– Uso excessivo de tecnologia e redes sociais, levando a comparações prejudiciais e cyberbullying;

– Mudanças hormonais e físicas que afetam a autoimagem e autoestima;

– Conflitos familiares ou falta de apoio emocional;

– Problemas de saúde física que afetam diretamente o bem-estar mental;

– Discriminação, seja por questões étnicas, de gênero, orientação sexual ou outras formas de preconceito.

A vida moderna trouxe consigo uma série de avanços, mas também desafios únicos para a saúde mental dos adolescentes. O mundo digital, embora ofereça inúmeras possibilidades de conexão, muitas vezes pode ser um ambiente de pressão constante, exposição a padrões irreais e cyberbullying. Além disso, o ritmo acelerado da vida atual pode sobrecarregar os jovens, levando a uma sensação de desconexão e ansiedade.

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Transtornos psicológicos mais comuns que afetam a saúde mental na adolescência

Dados de 2019 da UNICEF revelam uma preocupante realidade: no Brasil, aproximadamente 1 em cada 6 adolescentes enfrenta problemas de saúde mental. A fim de comparação, em números totais, essa estimativa representa mais de cinco milhões de meninos e meninas entre 10 e 19 anos.

Na América Latina e Caribe, transtornos como ansiedade, depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno de conduta e transtorno de bipolaridade estão entre os mais comuns nessa faixa etária. Além disso, a pesquisa revela que para as meninas adolescentes, a ansiedade e depressão são os distúrbios mais comuns, representando 62,6%. Mas, quanto aos meninos adolescentes, prevalece o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

Esses dados alarmantes destacam a urgência de uma abordagem cuidadosa em relação à saúde mental na adolescência. Afinal, é essencial promover um ambiente que ofereça apoio emocional, acesso a serviços de saúde mental e estratégias de prevenção. Além disso, é crucial que haja uma conscientização ampliada sobre a importância de identificar precocemente os sinais de problemas de saúde mental nessa fase da vida, garantindo intervenções eficazes para promover o bem-estar geral dos jovens.

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9 dicas cruciais para pais e cuidadores apoiarem a saúde mental dos adolescentes

Promover a mudança em si e no ambiente familiar em prol da saúde mental dos adolescentes nem sempre é uma tarefa fácil. Mas, com essas dicas, há mais alternativas para implementar estratégias eficazes que podem facilitar esse processo.

1. Promova um diálogo aberto com comunicação não violenta

Para isso, reserve momentos diários para conversar, como durante as refeições, por exemplo, criando um ambiente relaxado para compartilhar experiências do dia.

Além disso, uma abordagem de comunicação não violenta pode ser fundamental ao lidar com adolescentes. Ao invés de reações impulsivas ou críticas, busque por práticas de comunicação que envolvam escuta ativa e expressão de sentimentos e necessidades de maneira respeitosa. A busca por soluções colaborativas pode fortalecer os vínculos familiares e a compreensão mútua, criando assim, um espaço mais harmonioso e empático para abordar questões relacionadas à saúde mental.

2. Esteja presente

Reserve momentos para estar presente, não só participando de atividades em conjunto, mas também demonstrando interesse genuíno por aquilo que interessa aos seus filhos.

3. Promova um ambiente seguro

Crie um ambiente familiar seguro e confortável, onde seu filho se sinta protegido e compreendido e, principalmente, sem medo de expressar suas preocupações.

4. Tenha atenção aos sinais

Observe mudanças sutis de comportamento e humor, como isolamento, irritabilidade excessiva ou alterações no sono e apetite. E então, pergunte gentilmente se observar algo fora do comum.

5. Incentive a busca por ajuda profissional

Mostre apoio ao procurar um profissional especializado em saúde mental na adolescência, explicando que é normal e saudável buscar orientação quando necessário.

6. Estimule hábitos saudáveis

Faça caminhadas em família, cozinhe refeições equilibradas juntos e mantenha um horário regular de sono para mostrar a importância desses hábitos.

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7. Reduza a pressão

Mostre que o esforço é mais importante que a perfeição, por isso, elogie o empenho do seu filho, independentemente do resultado final.

8. Ensine estratégias de resolução de conflitos

Ajude seu filho a desenvolver habilidades para lidar com situações desafiadoras e a gerenciar o estresse compartilhando experiências próprias.

9. Respeite a individualidade

Reconheça e respeite os interesses e escolhas do adolescente, promovendo sua autonomia e autoestima.

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Cuidar da saúde mental na adolescência é uma responsabilidade compartilhada, envolvendo não só os pais, mas também educadores e a sociedade como um todo. Com compreensão, apoio e principalmente orientação adequada, podemos contribuir para que essa fase tão desafiadora seja também um período de crescimento, autoconhecimento e bem-estar emocional para os jovens.

Portanto, se você perceber que seu filho está enfrentando dificuldades emocionais, não hesite em buscar ajuda profissional. Juntos, podemos construir um ambiente mais saudável e acolhedor para nossos adolescentes.

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