A dependência do álcool está ligada diretamente à saúde e ao bem-estar. E é importante saber que o alcoolismo não é um problema apenas das pessoas que procuram atendimento especializado, mas um problema de dimensões variadas, atingindo as esferas social e de saúde pública.
Segundo a Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (UNIAD), o alcoolismo é um alerta para a saúde pública, que necessita de efetividade de uma rede de serviços que pudesse minimizar as consequências do uso/abuso do álcool na população; e o custo social das pessoas que não procuram tratamento.
O alcoolismo é considerado uma doença, que se instala em pessoas habituadas ao uso prolongado e excessivo do álcool. A origem dessa doença tem razões diversas e recebe, durante o processo, influências variadas. A dependência afeta profundamente o estilo de vida do alcoolista, predominando o uso ou a recuperação dos efeitos do álcool.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença se caracteriza pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando ela é retirada.
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É importante salientar que essa doença pode estar associada a fatores como família, cultura e sociedade, levando à perda da capacidade de escolher a forma e o momento para se usar bebidas alcoólicas.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 85 mil mortes a cada ano são 100% atribuídas ao consumo de álcool nas Américas.
Um dado curioso a ser observado é que, durante a pandemia de COVID-19, o álcool foi promovido por meio de canais de mídias sociais e sua disponibilidade aumentou em muitos países devido ao acesso mais fácil a compras online, além da entrega em domicílio.
No dia 20 de fevereiro é comemorado o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo. A data tem grande simbologia, uma vez que a campanha tem o objetivo de evidenciar a problemática das drogas, a partir do alerta e da conscientização da população sobre os malefícios decorrentes do uso indevido dessas substâncias (que afetam tanto o indivíduo como a sociedade), destacando a importância da prevenção e do tratamento.
O Relatório Mundial sobre Drogas de 2020, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), revelou uma importante informação – cerca de 269 milhões de pessoas no mundo usaram drogas só no ano de 2018, verificando-se um aumento de 30% em comparação com 2009.
O número de mortes vinculadas ao consumo de drogas também cresceu. Segundo estimativas da ONU, os óbitos subiram de 450 mil, em 2015, para 585 mil, em 2017.
Dessa forma, entende-se que o alcoolismo afeta diretamente na saúde e no bem-estar da população, já que a doença impacta na saúde pública e pode provocar danos sociais em grande escala.
É hora de parar.
1. Demonstrar agressividade, quando confrontado. Esse sinal deve ser observado e considerado como alerta;
2. Apresentar sinais preocupantes, como perda de memória, tremores, insônia e falta de apetite;
3. Ter dificuldades para parar de beber mesmo estando embriagado;
4. Continuar a beber mesmo quando percebem que estão se afastando da família e dos amigos.
Se alguns desses sinais forem reais para você, então é importante prestar atenção aos seus hábitos e saber a hora de procurar ajuda. Isso porque o álcool pode ter consequências negativas na saúde e no bem-estar de quem o consome em excesso, podendo contribuir para o desenvolvimento de diversas patologias físicas e psicológicas.
O tratamento dessa doença pode ser realizado, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), das Unidades Básicas de Saúde (UBS), dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dos Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS AD) e do Pronto Atendimento em Saúde Mental – PASM.
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É, na verdade, bem comum que existam patologias físicas e neuropsíquicas devidas à adição ao álcool. Por isso, destacamos patologias prováveis como consequência do alcoolismo.
1. Efeitos neurológicos. As complicações neurológicas mais comuns são as convulsões, mas também as perdas de memória e os blackouts fazem parte desses efeitos;
2. Efeitos gastrointestinais. O álcool pode ser a causa principal de patologias como glossites, esofagites, gastrites, síndrome de má absorção intestinal e lesões pancreáticas agudas ou crônicas;
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3. Efeitos a nível hepático. O fígado é um dos principais órgãos afetados pelo consumo excessivo de álcool que pode estar na origem de doenças como hepatites alcoólicas, fibrosperivenular e cirrose hepática;
4. Alterações hematológicas. Vários tipos de anemia podem resultar do uso abusivo de álcool. Além do mais, a má nutrição provocada pelo efeito do álcool no aparelho digestivo conduz à menor imunidade e, consequentemente, maior vulnerabilidade para a ocorrência de infecções.
1. Síndrome de Korsakoff. Esta é uma doença amnéstica provocada pelo álcool e associada à deficiência de tiamina;
2. Depressão. Esta é uma das patologias psiquiátricas mais comuns em adictos ao álcool, sendo que a taxa de suicídio também é bastante elevada nessa população;
3. Ansiedade. É comum que um adicto experiencie ansiedade tanto na fase de intoxicação, como na de abstinência e recuperação. Mas, para além disso, a ansiedade generalizada, fobias e reações de pânico ocorrem também com frequência no alcoolista;
4. Perturbação antissocial da personalidade. É relativamente comum que os etilistas demonstrem traços de personalidade antissocial ou comportamentos antissociais, demonstrando desrespeito pelas normas.
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Relativamente à família, o alcoolismo traz graves consequências para a organização da dinâmica familiar, que se torna marcada por conflito, agressividade, passivo-agressividade e/ou dependência.
Os lares, onde se encontra um adepto ao consumo de álcool, são no geral patológicos e também patogénicos. Ou seja, não só têm uma dinâmica doente e disfuncional, como geralmente geram possíveis doenças nos seus descendentes.
O alcoolismo está também ligado a maiores taxas de divórcio e violência doméstica, sendo sistemas familiares mais fragilizados, instáveis e tensos.
Cuide-se! Se você tem dúvidas sobre alcoolismo ou precisa de ajuda, procure orientação médica e especializada. E se esse conteúdo foi útil para você, acesse mais dicas no nosso blog.