Você se lembra quando foi ao oftalmologista pela última vez? Quem usa óculos ou lentes de contato costuma frequentar com regularidade o consultório desse médico, que é especializado na saúde dos olhos. Mas quem não tem problemas aparentes de visão pode cometer o erro de achar que não precisa desse profissional.
É aí que mora o perigo. A maioria das doenças oftalmológicas é silenciosa. Isso significa que elas demoram a apresentar sintomas. Quando o paciente nota algo estranho, pode ser tarde demais para reverter a situação. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 80% dos casos de perda de visão poderiam ser evitados se tivessem sido detectados precocemente.
Por isso, é importante que todos incluam a consulta ao oftalmologista na agenda uma vez por ano. Segundo o conselho profissional da categoria, o Brasil conta com cerca de 17 mil médicos oftalmologistas, sendo que 55% estão nas capitais.
No dia 7 de maio, é comemorado o Dia do Oftalmologista. A data foi criada para chamar a atenção sobre a importância da saúde dos olhos e dessa especialidade médica. O oftalmologista é responsável pelo estudo, cuidado e prevenção de doenças ligadas à visão. Contar com o acompanhamento dele é a principal forma de identificar e prevenir problemas oculares.
Veja os cinco principais motivos para agendar uma consulta com o oftalmologista agora.
Vale a pena adiantar a visita anual ao oftalmologista para já, caso você note qualquer sintoma novo nos olhos ou no conforto da visão. Cansaço, ardência, dor, irritação, visão embaçada, sensibilidade à luz, olhos vermelhos ou aquela sensação de que caiu um cisco no olho que não sai são motivos suficientes para se consultar.
O médico fará perguntas e examinará os seus olhos para buscar a causa do desconforto e propor uma solução adequada. Existem diversas situações que podem provocar um ou mais desses sintomas. Confira:
O olho seco é uma doença multifatorial que pode inflamar e danificar os olhos. As lágrimas são um recurso muito inteligente do nosso organismo para proteger, lubrificar e favorecer a renovação das células dos olhos. No entanto, há pessoas em que a lágrima é produzida com uma composição inadequada.
Em alguns casos isso ocorre por uma alteração do metabolismo, em outros, por fatores externos ao corpo. O resultado é a perda acelerada da camada mais superficial de células do olho, deixando o órgão mais susceptível a infecções e mais sensível, já que as terminações nervosas ficam expostas.
O uso excessivo e prolongado (mais de 3 horas seguidas) de computadores pode prejudicar o funcionamento normal dos olhos.
O tamanho da tela, o contraste da imagem e a luz que o aparelho emite interferem no conforto da visão. Assim, é como se os olhos perdessem parte de sua capacidade natural de se adaptar às diversas condições de ambiente, provocando um quadro semelhante a uma miopia leve.
Além disso, existe uma tendência de piscar menos quando se está diante de uma tela (computador, televisão, celular), provocando o ressecamento dos olhos.
Ficar com os olhos vermelhos é um dos sintomas mais característicos da conjuntivite. Essa doença infecciosa não costuma ser grave, mas é facilmente transmissível e pode ser muito incômoda. Além da vermelhidão, ela deixa uma sensação arenosa no olho e bastante coceira.
Outro motivo que pode estar por trás do incômodo nos olhos é a exposição inadequada aos raios ultravioleta. A radiação solar prejudica o bom funcionamento dos olhos, que precisam ser protegidos com óculos próprios e boné ou chapéu.
Além do incômodo imediato, a exposição excessiva dos olhos ao sol pode trazer consequências em longo prazo. Maior risco de catarata, degeneração macular e até de tumores são exemplos do que pode ocorrer pelo efeito cumulativo da radiação no decorrer dos anos.
Se, desde a primeira infância, é importante acompanhar regularmente a saúde dos olhos, depois dos 40, essa recomendação se torna imprescindível. As principais causas de cegueira estão associadas ao envelhecimento da população. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 80% de todas as pessoas cegas têm mais de 50 anos.
Assim, consultar-se com o oftalmologista, no mínimo, uma vez ao ano, precisa ser prioridade. Conheça os principais riscos que aumentam com a idade:
Uma das estruturas que nos ajudam a enxergar com foco se chama cristalino. Ele funciona como se fosse a lente de uma câmera fotográfica. Com o avanço da idade, é muito frequente que o cristalino perca sua transparência e se torne opaco — e isso afeta diretamente a capacidade de enxergarmos bem.
A catarata pode ser corrigida com cirurgia. O médico acompanha a chegada da doença e propõe o melhor momento e solução para o paciente, devolvendo a qualidade de vida.
No Brasil, 3 milhões de pessoas com mais de 65 anos apresentam degeneração macular. É uma condição degenerativa em que ocorre a perda progressiva e irreversível da visão central.
Ao contrário da catarata, essa doença não tem cura. No entanto, dependendo do caso, o médico pode prescrever suplementos que auxiliem a reduzir a velocidade de perda da visão. São exemplos luteína, zinco, cobre e vitaminas A, C e E.
O glaucoma é responsável por 12% dos casos de perda de visão em adultos e pode atingir até 7% da população após os 70 anos de idade, conforme dados da World Glaucoma Association. Os principais fatores de risco são: histórico familiar, pressão intraocular elevada, idade acima de 50 anos, diabetes, uso prolongado de corticoides, presença de lesões oculares e descendência negra.
O glaucoma não tem cura e é uma doença crônica. Porém, pode ser controlado em muitos casos, especialmente se o diagnóstico ocorrer na fase inicial do problema. Por isso é tão importante manter os exames oftalmológicos em dia, evitando a perda da visão.
Diabetes é uma disfunção metabólica que pode causar inúmeras consequências graves se não for bem cuidada. Uma delas é a lesão da retina, levando à cegueira irreversível.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, essa complicação, que é chamada de retinopatia diabética, é a maior causa de perda da visão de adultos em idade laboral (de 20 a 60 anos).
A prevenção desse problema é feita com o controle rígido dos níveis glicêmicos. Cuidar de outros agravantes, como hipertensão arterial, colesterol alto e tabagismo, também contribui para evitar o risco de perder a visão.
É importante lembrar que o cuidado para evitar a retinopatia diabética vale para todos os casos do distúrbio metabólico:
Existem muitas causas para a dor de cabeça . Porém, se você não costumava sentir esse incômodo e agora isso é frequente, um dos médicos que você pode consultar é o oftalmologista.
Isso porque, quando há alguma dificuldade de visão, até sem perceber, você faz um esforço contínuo para tentar enxergar melhor. Com testes e exames, o oftalmologista pode verificar se você precisa de óculos, se tem algum outro problema ocular ou se está tudo bem com essa parte da saúde, dando pistas para você investigar melhor a origem da dor.
Se você notar que a visão fica levemente embaçada quando olha para pontos específicos, como uma placa que está distante ou um texto muito próximo ao rosto, pode estar na hora de usar óculos.
Qualquer outra alteração visual também vale uma consulta. Enxergar pontos claros ou escuros, ter dificuldade com a visão periférica, enxergar feixes ou ondas de luz: todosesses são sinais de que algo que não está funcionando bem com a saúde dos olhos.
Não espere os sintomas se agravarem para marcar a consulta. Busque ajuda imediata, pois, quanto antes identificar o problema, maior a chance de ser resolvido e, assim, preservar a funcionalidade dos seus olhos.
Veja a seguir dados divulgados pela publicação Saúde Ocular, de 2015, sobre as condições da população brasileira:
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