07/07/2021

Tipos de alergia: saiba como identificar e tratar seus sintomas

Homem passando por teste de alergia

O dia 8 de julho está marcado no calendário da saúde como o Dia Mundial da Alergia. É uma data com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre esse crescente problema. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, cerca de 30% da população brasileira possui um dos tipos de alergia.

Elas podem se manifestar em todos os sistemas do nosso organismo como uma resposta imunológica exagerada a uma substância estranha. Nos casos de uma reação alérgica grave, chamada de anafilaxia, a dificuldade de respirar causa a perda de consciência e pode até levar à morte.

Os indíviduos que apresentam doenças alérgicas são mais suscetíveis geneticamente a essa reação de hipersensibilidade. Algumas se tornam até fatores de risco para outras complicações, como foi o caso das alergias respiratórias durante a pandemia do coronavírus.

No entanto, mesmo em períodos não pandêmicos, essas condições exigem atenção, pois muitas estão se manifestando com sintomas cada vez mais fortes e, portanto, maior gravidade. Conheça agora os diferentes tipos de alergia, como identificar seus sintomas e o que fazer para evitá-las.

1. Alergias respiratórias

As alergias que afetam as vias aéreas são as mais comuns entre a população, principalmente nas crianças e adolescentes. São elas que provocam a rinite e a asma alérgica e que também podem estar associadas a outras doenças respiratórias, como a sinusite.

Principais causas e sintomas

Os grandes vilões das alergias são os chamados de alérgenos e/ou irritantes. Entre eles, podemos citar:

  • Fumaça e/ou poluição;
  • Fungos, mofo e ácaros;
  • Pólen;
  • Pó ou poeira;
  • Tabaco;
  • Pelos de animais;
  • Perfumes, produtos de limpeza e outros odores fortes.

As mudanças de temperatura e umidade das estações mais frias também desempenham um fator de risco. O nariz tende a ficar mais seco e há mais irritação na mucosa, provocando as alergias. Por isso, o inverno é a estação em que os casos de doenças respiratórias aumentam.

Os sintomas característicos são as crises de espirros, congestão nasal, coriza aquosa e possível irritação da garganta e dos olhos, que podem ficar avermelhados. É importante consultar um médico para o diagnóstico correto, pois muitos sinais se assemelham aos da gripe e dos resfriados.

Como tratar

O passo mais importante é evitar o contato com o agente alérgeno para amenizar e controlar as crises. Também é recomendado manter os ambientes de convívio sempre limpos e arejados. Medicamentos antialérgicos e os corticosteroides nasais podem ser prescritos para o tratamento.

2. Alergias de pele

A reação inflamatória da pele está associada ao contato com fatores externos e dá sinais em todas as partes do corpo. Apesar dos sintomas serem parecidos, existem diferentes tipos de doenças alérgicas da derme.

Dermatite atópica

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, é uma das alergias cutâneas mais comuns e pode vir acompanhada de rinite alérgica ou asma. Se caracteriza pelo ressecamento da pele, causando erupções com crostas e coceira na região.

É uma doença genética, mas que tem como fatores desencadeantes a alergia a ácaros, pólen, mofo, animais, fragâncias, produtos de pele ou limpeza e tecidos. Também pode estar associada a temperaturas muito frias ou muito quentes, infecções, estresse e alguns alimentos.

Para tratá-la, é importante evitar as substâncias que causam alergias e banhos muito quentes para não piorar os sintomas. A hidratação diária da pele e o uso de produtos específicos são cuidados necessários. Em alguns casos, o médico poderá indicar medicamentos antialérgicos por causa das coceiras.

Dermatite de contato

Existem dois tipos de dermatite de contato. A irritativa é aquela que pode aparecer já na primeira vez do contato com substâncias químicas como sabonetes, detergentes e solventes. As fissuras aparecem apenas no local em que o produto entrou em contato com a pele e podem queimar, doer ou coçar.

A alérgica, por sua vez, pode surgir após várias exposições, com sintomas mais intensos e erupções que se estendem a outras partes do corpo. A lista de agentes causadores inclui cosméticos, medicamentos, produtos químicos, bijuterias, relógios roupas e até plantas.

O tratamento deve ser recomendado por um profissional e depende da gravidade do quadro, mas pode incluir medicações orais, injetáveis e pomadas de corticosteróides. A higienização e hidratação da pele são indispensáveis para ajudar em sua recuperação, bem como evitar os fatores alérgenos.

Urticária

Irritação cutânea muito associada a alimentos, calor ou frio, medicamentos e outros estímulos. Provoca lesões avermelhadas que incham, acompanhadas de muita coceira. Os sintomas geralmente desaparecem em menos de seis semanas, mas na forma crônica podem durar mais.

Há casos mais graves em que a urticária também gera inchaço intenso das pálpebras, lábios, língua e/ou garganta, chamado de angioedema. Como esse quadro pode causar dificuldade de respiração, a anafilaxia é uma possível complicação.

Como nas demais alergias de pele, a primeira recomendação é identificar o fator desencadeante e procurar controlá-lo. O quadro sempre deve ser avaliado por um dermatologista para a prescrição de antialérgicos. Alguns casos crônicos podem exigir tratamentos mais avançados.

3. Alergias oculares

Os olhos, por sua sensibilidade natural, estão muito suscetíveis a alergias causadas por alérgenos comuns. É nesse cenário que aparece a alergia ocular mais conhecida, a Conjuntivite Alérgica. Entre 40% e 60% das vezes, ela está relacionada aos casos de rinite alérgica, asma ou dermatite atópica.

Diferente das outras, essa conjuntivite não é contagiosa e é mais frequente nas estações quentes por ser provocada especialmente por ácaros e pólens. A reação alérgica causa irritação e vermelhidão nos olhos, coceira e lacrimejamento. Nenhum tratamento específico é necessário, mas colírios podem ajudar a aliviar os sinais.

4. Alergias alimentares

São as reações imunológicas associadas a algumas proteínas de alimentos. As alergias alimentares mais comuns são da soja, trigo, ovo, amendoim, peixes, mariscos e à lactose, que na verdade é uma intolerância.

Esse é um grupo de alergias que exige atenção já que só é possível descobrir ao ingerir o alimento em questão. Elas podem ser presentes desde a infância – e em alguns casos sumirem com o passar dos anos – ou só aparecerem na fase adulta. O tratamento mais eficaz é tirar o alimento da dieta.

Entre as manifestações mais frequentes da condição podemos citar a urticária e desequilíbrios gastrointestinais. Algumas pessoas também apresentam dermatite atópica, inchaços e síndrome oral alérgica, que afeta a garganta. 50% dos casos de anafilaxia são devido a alergias alimentares.

5. Alergias a medicamentos

É uma realidade que praticamente todos os medicamentos podem provocar reações adversas, como avisado nas bulas. As reações alérgicas estão entre elas, sendo algumas facilmente controláveis e outras muito graves, até mesmo fatais. Esse também é um dos motivos que torna a automedicação perigosa.

As reações alérgicas a medicamentos geralmente provocam urticárias, erupções cutâneas, inchaços, crises de asma e rinite. No entanto, dependendo do organismo, também podem levar a dificuldades respiratórias, queda de pressão arterial e ao choque anafilático.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a doença chamada de Farmacodermia é uma reação específica a medicamentos. Pode ser por excesso de uso, efeito colateral ou a reação alérgica e causa manifestações na pele, mucosas, cabelos e unhas.

Outros fatores

Embora menos frequentes que as demais, alguns indivíduos também apresentam alergias a materiais e substâncias do nosso dia a dia. Um exemplo é a alergia ao látex, que desencadeia reações no organismo quando em contato com essa borracha natural.

Por não possuir uma cura, esse tipo de alergia costuma ser incômoda, já que o material está presente em balões de festa, preservativos e luvas dos médicos e dentistas. Nos quadros mais leves, provoca urticárias, rinite, angioedema e asma, mas pode chegar a desconfortos respiratórios sérios e até ao choque anafilático.

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