As vacinas são substâncias que possuem em sua composição um agente patológico, seja ele um vírus ou uma bactéria. Ao ser aplicada, desencadeia a resposta imunológica do organismo para combater os causadores da doença em questão. Neste momento, o maior debate ocorre em torno das vacinas contra Covid-19.
É histórica a rapidez e a quantidade de vacinas que estão sendo produzidas ao redor do mundo para combater a doença. De acordo com o relatório de junho de 2021 da Organização Mundial da Saúde, agora há mais de 280 vacinas sendo pesquisadas.
Apesar desse número alto, somente 18 estão aprovadas por pelo menos um país, diz o site rastreador criado pela Iniciativa Interdisciplinar em Infecção e Imunidade (MI4) da Universidade McGill. No Brasil, a campanha de vacinação contra Covid-19 iniciou-se em janeiro deste ano e conta com 4 vacinas.
Todos os imunizantes passaram por critérios científicos rigorosos adotados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ficarem disponíveis para a população. Conheça agora quais vacinas estão inclusas em nosso Programa Nacional de Imunizações (PNI) e as diferenças entre elas.
É importante ressaltar que nenhuma vacina é 100% eficaz, para nenhum caso ou condição. Porém, todas garantem a proteção individual e coletiva e contribuem para diminuir as chances de complicações graves e óbitos. Além disso, ajudam na erradicação da doença.
A vacina do laboratório Pfizer/BioNTech, união da farmacêutica Pfizer com a empresa BioNTech, é uma das vacinas com registro definitivo em nosso país. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela utiliza a nova tecnologia chamada de genética do RNA mensageiro (mRNA).
As nossas células possuem o DNA em seu interior, que armazena as nossas informações genéticas. De um modo geral, o RNA é uma molécula ali presente que carrega instruções para que aconteça a produção de proteínas e também para outras funções biológicas.
Logo, as vacinas de RNA mensageiro possuem o código genético do vírus em sua composição para que as nossas células produzam uma proteína específica dele. Assim, o nosso sistema imunológico fica exposto a ela, a identifica como um corpo estranho e cria imunidade contra ele.
A vacina da Pfizer é aplicada em duas doses e o Ministério da Saúde optou por usar o intervalo de três meses entre elas. Sua eficácia global é de 95% contra a infecção sintomática por SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19.
Esta é a segunda vacina com registro definitivo no Brasil, sendo aqui produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Originalmente, ela foi desenvolvida em uma parceria da farmacêutica AstraZeneca com a universidade de Oxford. Sua tecnologia é o uso do chamado vetor viral.
Essa vacina utiliza um adenovírus, ou seja, um vírus inofensivo aos seres humanos. Ele é geneticamente manipulado para entregar as proteínas semelhantes às do coronavírus ao organismo. No caso, o vetor viral ChAdOx1, do resfriado comum do chimpanzé.
Dessa forma, o corpo desencadeia a resposta imunológica necessária sem precisar adoecer. Sua eficácia global é de 63,09% contra a infecção do coronavírus e também é aplicada em duas doses, com intervalos de oito a doze semanas.
Desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, a CoronaVac foi aprovada para uso emergencial pela OMS e utiliza o vírus inativado. Essa é uma técnica já antiga que consiste em pegar o vírus ou bactéria e “matá-lo” usando produtos químicos, calor ou radiação.
Assim, ele fica em um estado incapaz de deixar a pessoa doente, mas ao entrar em nosso organismo, ainda traz a resposta de criar defesas para o vírus real e ativo. A vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de duas a quatro semanas, e possui eficácia global de 51% contra o novo coronavírus.
Até então, a mais recente vacina aprovada para uso emergencial no Brasil é produzida pela farmacêutica americana Johnson & Johnson. Com apenas uma dose, possui eficácia global de 66,9% contra infecções moderadas e graves, e 85,4% contra casos graves e hospitalização após 28 dias da dose.
Utiliza a mesma tecnologia que a AstraZeneca/Oxford de vetor viral e é baseada no adenovírus sorotipo 26 (Ad26), que causa resfriados comuns. Na vacina, é geneticamente modificado para levar ao organismo o gene que codifica a proteína S (spike) da superfície do novo coronavírus (SARS-CoV-2).
A Organização Mundial da Saúde pontua que é comum a presença de alguns efeitos colaterais leves a moderados após a dose de qualquer vacina. No caso das vacinas contra Covid-19, elas incluem dor no local da injeção, febre, fadiga, dores de cabeça e musculares, calafrios e diarréia.
Todos ocorrem nos primeiros dias após a dose e desaparecem por conta própria. Deve-se procurar ajuda médica caso perdurem por mais de três dias ou apresentem alguma gravidade. Reações alérgicas graves, como anafilaxia, foram registradas, mas em proporção extremamente baixa.
Vale ressaltar que leva algumas semanas para o organismo estar realmente imune. Por isso, é possível que a pessoa seja exposta ao coronavírus um pouco antes ou logo depois da vacinação e ficar doente com Covid-19. Isso não significa que a vacina não funcionou.
Além disso, sua eficácia aumenta após a segunda dose (para vacinas de duas doses). Logo, tomar apenas a primeira garante menos proteção. Principalmente diante do cenário que estamos enfrentando com diversas variantes da doença, é importante seguir os prazos e também continuar com as medidas preventivas.
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