Vitiligo: saiba mais sobre essa doença ainda estigmatizada

Mulher com vitiligo se maquiando

A participação de uma integrante com vitiligo no BBB 22 fez a busca pelo termo disparar nos mecanismos de pesquisa da internet, de acordo com o Google Trends. Mas, afinal, o que é o vitiligo? Continue a leitura e entenda tudo sobre esta condição.

O que é vitiligo?

O vitiligo é uma doença que tem como característica a perda de coloração da pele.

As lesões originam-se pela diminuição ou ausência das células responsáveis pela formação da melanina, pigmento produzido pelo organismo e determinante para a cor dos nossos cabelos e da nossa pele.

Estima-se que aproximadamente 1 a 2% da população mundial e 0,5% dos brasileiros tenham vitiligo.

O diagnóstico do vitiligo é clínico e deve ser realizado por um dermatologista, já que a distribuição das manchas possui aspecto e localização características.

O histórico familiar também é levado em consideração no diagnóstico, uma vez que cerca de um terço dos pacientes com vitiligo têm parentes com a doença.

Muitos estigmas sociais e falta de informações ainda envolvem o vitiligo.

Campanhas como o Dia Mundial do Vitiligo, celebrado em 25 de junho, têm colaborado para desmistificar preconceitos e conscientizar a população sobre a doença.

Essa data foi escolhida em função do aniversário de morte de Michael Jackson, um dos portadores mais famosos da doença.

Outras celebridades que sofrem de vitiligo também têm auxiliado ao falar sobre o assunto na mídia e nas redes sociais, a exemplo da modelo canadense Winnie Harlow, das também modelos, as brasileiras Luiza Brunet e Sophia Alckmin, e do ator Jon Hamm.

Sintomas e causas do vitiligo

Um alerta é importante: o vitiligo não é contagioso, nem traz danos à saúde física.

No entanto, os impactos emocionais do vitiligo nos portadores da doença, como baixa autoestima e retração social, são preocupantes.

Por isso, o acompanhamento psicológico é recomendado principalmente nos casos em que o vitiligo afeta crianças.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, grande parte das pessoas com vitiligo não apresenta nenhum sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele.

As causas da doença ainda são objeto de estudo, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo.

Entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença estão:

  • Genética;
  • Alterações autoimunes;
  • Exposição solar ou química;
  • Estresse;
  • Traumas psicológicos.

As manchas do vitiligo possuem tamanhos variados e podem estar isoladas ou agrupadas, sendo que os locais de maior incidência são os genitais, cotovelos, joelhos, rosto, mãos e pés.

Classificações do vitiligo

O vitiligo pode ser classificado como:

  • Focal: pequenas e poucas lesões em uma área específica;
  • Mucosal: afeta só as mucosas, como lábios e região genital;
  • Segmentar: as lesões se localizam apenas em uma parte do corpo;
  • Acrofacial: ocorre nos dedos e em volta da boca, dos olhos, do ânus e dos genitais;
  • Comum: espalha-se pelo tórax, abdômen, pernas, nádegas, braços, pescoço e axilas, além das áreas acometidas pelo vitiligo acrofacial;
  • Universal: as manchas espalham-se por quase todo o corpo.

Tratamentos e prevenção

Apesar de ainda não ter cura, há diversas opções de tratamentos para o vitiligo que apresentam bons resultados.

O tratamento do vitiligo é individualizado e deve ser discutido entre paciente e dermatologista.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, o objetivo do tratamento é estabilizar o quadro da doença e promover a repigmentação da pele.

São opções de tratamento para o vitiligo:

  • Fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb);
  • Fototerapiacom ultravioleta A;
  • Tecnologias com laser;
  • Intervenções convencionais com loções e cremes corticoides.

Medicações tópicas à base de vitamina D e com imunossupressores também auxiliam no processo de repigmentação da pele com manchas de vitiligo.

De modo geral, não há forma de prevenção para o vitiligo.

Os familiares dos portadores da doença devem consultar regularmente o dermatologista para uma vigilância periódica a fim de possibilitar o diagnóstico precoce.

Já em pacientes diagnosticados, é fundamental evitar fatores que desencadeiam novas lesões ou aumentem as existentes.

Assim, os portadores do vitiligo não devem usar roupas apertadas, que exerçam pressão ou atrito na pele, além de ser necessário diminuir a exposição solar, bem como controlar o estresse.

A conscientização, o suporte emocional e a aceitação social são os melhores caminhos para termos uma sociedade mais favorável e menos estigmatizante para os portadores de vitiligo.

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