Quais os riscos e como evitar a gravidez na adolescência?

Adolescente grávida com ursinho na mão

Ter um filho é um sonho de muitos, mas o momento da vida em que esse desejo se realiza pode fazer toda a diferença. É por isso que a gravidez na adolescência desperta tanta preocupação.

Ao mesmo tempo em que gera riscos para a saúde da mãe e do bebê, uma gestação nessa fase da vida pode ter grande repercussão psicológica, econômica e social na vida de todos os envolvidos. Nesse contexto, abordar tal assunto com adolescentes de ambos os sexos é essencial para fortalecer a prevenção.

Qual o tamanho desse problema no Brasil?

Nos últimos anos, os casos de gravidez na adolescência vêm caindo no Brasil. No entanto, isso não significa que eles sejam raros. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos em 2020, 14% de todos os partos realizados no Brasil foram realizados em mães com até 19 anos de idade. Ao todo, isso representa mais de 380 mil nascimentos.

Embora significativo, é difícil apontar uma única explicação para tal fenômeno. De todo modo, no Brasil, as condicionantes que ajudam a explicar por que adolescentes ficam grávidas envolvem, entre outros, aspectos como:

  • Falta de acesso à serviços de saúde e orientação sobre contracepção.
  • Baixa escolaridade (inclusive dos pais).
  • Fatores relacionados à raça e à condição social.
  • Abuso de álcool e de drogas.

Que tipo de problema uma gravidez na adolescência pode gerar?

Acima de tudo, a gravidez na adolescência é um risco tanto para a mãe jovem quanto para o bebê. Nessa fase da vida, as chances de complicações são relativamente maiores. E quanto mais nova a mulher, mais altas as possibilidades de problemas ao longo da gestação.

Mulher e feto estão mais sujeitos a problemas como eclâmpsia, diabetes gestacional, hipertensão e anemia. Além disso, crianças nascidas de mães adolescentes sofrem mais com nascimentos prematuros, peso abaixo do ideal, malformações e doenças congênitas.

Do ponto de vista psicológico e social, o reflexo da gestação precoce também é grande. É esperado que mães (e, claro, pais) nessa idade tenham dificuldade em dimensionar a responsabilidade que é cuidar de uma nova vida, inclusive do ponto de vista financeiro.

Além disso, a gravidez na adolescência pode acarretar dificuldades para o prosseguimento dos estudos. Então é provável que quem tem um filho cedo passe menos tempo na escola. No longo prazo, isso certamente contribui significativamente para uma condição social pior, na média.

Vale reforçar que embora o impacto de uma gestação nessa fase da vida atinja as mulheres que se tornam mães e também as pessoas ao redor delas, não é difícil entender que o maior peso acaba recaindo sobre elas.

Como conscientizar jovens de ambos os sexos para prevenir a gravidez na adolescência?

Na hora de fortalecer a prevenção, a educação é o principal pilar para a conscientização. Isso possibilita que adolescentes de ambos os sexos tenham acesso a informações seguras sobre modos de prevenir uma gravidez nesse período da vida.

Dessa forma, esse tipo de orientação deve aparecer junto da conscientização em torno de outros aspectos do exercício da sexualidade durante a adolescência, época marcada pelas principais descobertas.

Nisso devem estar inclusos esclarecimentos sobre métodos contraceptivos (como a camisinha e as pílulas anticoncepcionais, por exemplo), riscos de contágio por infecções sexualmente transmissíveis e orientações sobre a importância de comportamento sexual responsável.

Pais e educadores devem considerar ainda o papel da vida digital hoje em dia na formação dos jovens. Assim, cabe também orientá-los sobre como utilizar esses canais de forma saudável e de como obter informações confiáveis sobre a própria sexualidade por meio deles.

Leia também: Dismenorreia: veja como aliviar a cólica menstrual em 5 dicas

Em suma, a gravidez na adolescência é um problema que deve ser encarado de diferentes âmbitos, permitindo que a sociedade como um todo aborde a questão para garantir aos jovens o direito a uma juventude saudável e produtiva.


Saiba agora quais são alguns dos principais desafios para a saúde mental na adolescência e de que forma é possível enfrentá-los.