Várias condições de saúde podem exigir que o paciente receba uma doação de medula óssea. No entanto, encontrar um doador compatível nem sempre é tarefa fácil. Em determinados casos, mesmo parentes muito próximos (pais e irmãos, por exemplo) não atingem os parâmetros necessários para que o procedimento seja realizado.
Por isso, incentivar regularmente o cadastro de novos doadores é fundamental para superar essa barreira e permitir que o método continue ajudando na recuperação de quem precisa. Diante disso, nos próximos tópicos esclarecemos as principais dúvidas sobre esse tema.
Em linhas gerais, a medula óssea é uma substância com textura de gelatina que compõe o interior dos ossos longos, localizados em regiões como as vértebras, as costelas e as pernas. Na linguagem popular, ela é chamada de “tutano”.
Porém, mais importante do que a aparência ou a localização da medula é a sua função. A todo momento, esse material atua produzindo novas células que compõem o sangue, como plaquetas e glóbulos brancos e vermelhos, essenciais para a coagulação sanguínea, manutenção das defesas do organismo e o transporte de oxigênio e nutrientes.
Assim, disfunções nessa estrutura do organismo podem, entre outras coisas, comprometer a imunidade e causar formas severas de anemia, geralmente associadas a condições mais graves.
O transplante tem como objetivo substituir a medula incapaz de produzir as células necessárias por uma nova que possa assumir essa função vital. Logo, o procedimento é necessário diante de condições que afetam diretamente o seu funcionamento, como:
Após identificada a necessidade de transplante, busca-se um doador compatível. Mas, o paciente afetado ainda precisa passar por duas etapas até concluir o procedimento.
A primeira delas envolve a administração de medicamentos que destruirão a medula comprometida. E, em um segundo momento, ele recebe as novas células de medula por meio de um processo similar a uma transfusão de sangue.
Nesse intervalo, a imunidade pode ficar bastante comprometida, então uma série de cuidados de assepsia (métodos de higienização para prevenir infecções por microrganismos) e o isolamento são necessários até a recuperação plena.
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De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil contava, no final de 2022, com 5,5 milhões de pessoas cadastradas como possíveis doadores, o terceiro maior registro em todo o mundo. Essa lista é gerenciada por um cadastro chamado Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, o Redome.
Com isso, o órgão federal aponta que a chance de encontrar alguém compatível é de até 88% ainda na fase inicial de busca. Na maioria dos casos, isso faz dessa lista a melhor chance de achar um doador.
Mas, para que esse número se mantenha constante (e continue crescendo), é preciso que aqueles que preencham as características necessárias se cadastrem como doadores em potencial. Esse processo agiliza o rastreio dos indivíduos até determinar a efetiva compatibilidade.
Para fazer parte da listagem de pessoas dispostas a doar é preciso procurar o hemocentro mais próximo e se cadastrar. A lista de estabelecimentos habilitados pode ser consultada no site do Redome.
No entanto, é necessário também atender alguns requisitos para seguir em frente no processo. Eles incluem:
Além dos dados individuais (número de documentos, endereço, telefone etc.), exige-se ainda a coleta de uma amostra de 10 ml de sangue para o Teste de Tipagem HLA, que é o indicador que determina a compatibilidade para as doações. Essa etapa é indolor e bem rápida. Após a checagem, as informações de cada voluntário ficam armazenadas na base do Redome.
Quando os dados de um doador e um receptor se cruzam, novos testes são solicitados para confirmar a compatibilidade e garantir que o estado de saúde de quem fornecerá a medula óssea permite o transplante.
Concluídas essas preparações prévias, é feita a coleta do material. Isso se dá por meio de:
Independentemente do método, todo o processo de doação da medula óssea é conduzido com o consentimento do indivíduo, que a todo momento é informado sobre os possíveis riscos e cuidados para cada etapa desse atode solidariedade.
Se você quer aproveitar a visita ao hemocentro e também doar sangue, não vá embora sem antes conferir quais são os requisitos para isso.