No dia 8 de março, celebra-se o Dia Internacional da Mulher – data criada para marcar a luta pela igualdade de gênero. Uma curiosidade que poucos sabem é que a prevenção e o tratamento em saúde também vêm sendo influenciados ao longo das décadas pelo esforço de grupos para a ampliação dos direitos das mulheres e da atenção às suas especificidades.
O campo hoje conhecido como “saúde da mulher” inicialmente focava estritamente na função reprodutora dessa parcela da população.
Pouco a pouco, a comunidade internacional de profissionais de saúde passou a olhar a saúde reprodutiva como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social em todas as matérias concernentes ao sistema reprodutivo, suas funções e processos, e não apenas mera ausência de doença ou enfermidade. A saúde reprodutiva implica, por conseguinte, que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo”. Essa definição foi estabelecida em 1994, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento.
Foi só nos últimos 30 anos que se firmou o entendimento de que o conceito de saúde da mulher vai além. Hoje, o Brasil conta com a Política Nacional de Atenção à Mulher. Ela leva em conta aspectos fisiológicos, sociais, culturais, econômicos, regionais, de gênero, raça e sexualidade para cuidar da saúde feminina de forma integrada.
Assim, o cuidado com as mulheres deve abordar temas específicos como climatério e menopausa, queixas ginecológicas, infertilidade e reprodução assistida e saúde da mulher na adolescência; mas também doenças crônico-degenerativas, saúde ocupacional, saúde mental e doenças infectocontagiosas. Além disso, cada vez mais, levam-se em consideração o meio e o contexto de vida de cada mulher.
Alguns fatos sobre a saúde da mulher
- As mulheres são a maioria da população brasileira (51,8%). Dessas, 65% estão em idade reprodutiva, ou seja, têm de 10 a 49 anos.
- Quem mais usa os serviços de saúde são justamente as mulheres. Elas procuram médicos e outros profissionais não apenas para cuidar de si mesmas, mas também para acompanhar crianças, idosos e outros membros da família e da comunidade.
- Mesmo com essa forte presença feminina no sistema de saúde, a saúde das mulheres ainda precisa de mais atenção. Isso porque elas vivem mais que os homens, mas adoecem mais frequentemente. Isso se deve menos a fatores biológicos e mais aos fatores ambientais.
Por isso, tendo em vista os principais aspectos que afetam a saúde das mulheres brasileiras, separamos 7 recomendações para as mulheres que buscam viver mais e melhor. Confira a seguir.
7 dicas imprescindíveis para a saúde da mulher
1. Realize o autoexame e faça check up periódico
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a cada ano, são diagnosticados 66 mil casos de câncer de mama e 17 mil novos casos de câncer de colo do útero. Por isso, essas duas doenças precisam estar no radar do público feminino. A boa notícia é que elas podem ser diagnosticadas de forma simples.
O primeiro passo importante é conhecer o próprio corpo para perceber alterações nas mamas. Para isso, mulheres de todas as idades podem realizar em casa o autoexame. Além disso, a mamografia é indicada para mulheres entre 50 e 69 anos a cada dois anos (ou com maior frequência, no caso de quem tem risco elevado).
Já contra o câncer do colo do útero, a melhor medida é a realização de exames citopatológico e preventivo ginecológico a partir dos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram ou têm relação sexual.
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2. Cuide da alimentação, ela pode salvar sua vida
Segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 8,1% das mulheres são diagnosticadas com diabetes e 20,7% se encontram na faixa de obesidade. Esses dados são relevantes porque confirmam a necessidade de prevenção contra o desenvolvimento de doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas.
Essas enfermidades estão fortemente relacionadas aos hábitos de vida. Por isso, é fundamental que, desde cedo, a mulher busque manter uma alimentação saudável, incluir exercícios físicos na rotina e ter uma boa rotina de sono. Sempre que estiver difícil fazer isso por conta própria, é importante buscar ajuda de médicos, nutricionistas e outros profissionais de saúde que possam auxiliar nesse processo.
3. Mantenha o coração em dia
Já há, tradicionalmente, uma rotina de realização de exames ginecológicos e de mamas anualmente, mas quando o assunto é check-up cardiológico, a frequência é bem menor. Esse quadro precisa mudar. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as cardiopatias são responsáveis por 30% dos óbitos femininos, superando os números de cânceres ginecológicos.
Entre as principais doenças dessa categoria, vale destaque para o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral.
Junto com a adoção de hábitos de vida saudáveis e o manejo do estresse, a realização de acompanhamento médico periódico pode fazer a diferença para resolver essa situação.
4. Atenção à saúde mental
Mulheres tendem a trabalhar mais horas, ficar mais sobrecarregadas com tarefas domésticas e cuidados familiares, além de estarem mais vulneráveis a uma série de fatores sociais que as expõem ao sofrimento mental. Por isso, é importante sempre cuidar da saúde psicológica da população feminina.
- Disforia pré-menstrual;
- Depressão perinatal e perimenopáusica;
- Transtornos de humor e de ansiedade associados à infertilidade e a gestações abortadas;
- Transtornos alimentares;
- Transtorno de ansiedade generalizada;
- Transtorno de estresse pós-traumático.
5. Sexo seguro sempre
As infecções sexualmente transmissíveis ainda têm uma incidência significativa. Além dos ciclos infecciosos de cada doença, elas podem gerar consequências importantes para a saúde feminina. As complicações nas mulheres incluem a doença inflamatória pélvica, podendo ter como consequência infertilidade, dor crônica, gravidez ectópica, além de câncer de colo de útero (relacionado ao HPV) e as complicações por imunodeficiência (decorrente do HIV).
Assim, é fundamental sempre utilizar preservativos durante as relações sexuais, que podem, inclusive, ser retirados gratuitamente no SUS. Também faz toda a diferença consultar-se ao menos uma vez ao ano com o ginecologista para a realização de exames, orientações e resolução de dúvidas.
6. Engravidou? Essa é a hora de redobrar os cuidados com você
As consultas médicas antes, durante e após a gravidez não só são importantes para a saúde do bebê, mas também para a saúde da mãe. De acordo com o Ministério da saúde, 92% dos óbitos maternos seriam evitados se fosse realizado corretamente o acompanhamento para prevenir a hipertensão arterial, as hemorragias, a infecção puerperal e o aborto.
Também após o nascimento do bebê, a mulher deve continuar sendo acompanhada pelo médico para verificar sua recuperação física e agir precocemente em caso de depressão pós-parto ou outras situações que demandem auxílio.
7. Prepare-se para uma menopausa saudável, você ainda viverá muito depois dela
O aumento da expectativa de vida é uma realidade e, hoje, é muito relevante a parcela das mulheres que vivem mais de 80 anos. Isso significa que cerca de 30 anos serão vividos após a chegada da menopausa.
Se, por um lado, esse período traz inúmeras transformações hormonais, físicas e psicológicas, por outro, pode ser encarado como uma fase da vida a ser aproveitada. Nesse sentido, o combate ao sedentarismo ocupa lugar de destaque por ser um fator facilitador de doenças crônico-degenerativas, além de melhorar a aptidão física e favorecer a disposição para viver.
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Bom dia.
Excelente artigo, completo, prático e de fácil entendimento.
Parabéns Allcare!! ??????
Muito obrigado Denise!